Outros Formatos


Para o correspondente internacional Fernando Eichenberg, uma entrevista é muito mais do que a busca por declarações bombásticas ou por opiniões sobre um assunto da hora. É, sim, um evento antecedido por cuidadosa preparação e muita pesquisa, que resultam num mergulho na obra do entrevistado. Assim, e somente assim, se pode estabelecer um clima de conversa íntima, por vezes amistosa, em que o entrevistado relaxa a ponto de fazer reflexões significativas sobre o próprio trabalho e a sociedade. Mas, apesar dos preparativos, é ainda um momento fugaz e imprevisível: não há volta para a decisão de fazer ou não uma pergunta e a conversa sempre pode tomar um rumo imprevisto – ou não render como o imaginado.

As trinta entrevistas aqui reunidas são fruto da longa experiência do jornalista aliada a uma profunda consciência quanto à delicadeza do ofício, e merecem um lugar muito além das páginas dos periódicos em que foram publicadas. Elas nos revelam, por exemplo, que a infância vivida observando o cotidiano no pequeno hotel administrado por seus pais foi de suma importância para suscitar o interesse de Pina Bausch pelo drama humano. Que o controverso escritor Michel Houellebecq, autor de Partículas elementares, não resistiu ao massacre e desligou a tevê após o 4º gol da Alemanha no dia da partida contra o Brasil na Copa de 2014. Ou ainda que foi por uma jovem brasileira que Charles Aznavour se apaixonou pela primeira – e talvez única – vez. Ou que, para Elisabeth Roudinesco, o Brasil é provavelmente o país mais freudiano neste início de século XXI.

A maioria dos entrevistados são artistas, como os atores Charlotte Gainsbourg e John Malkovich, os autores Sempé e Robert Crumb, os cantores Aznavour e Michael Stipe; mas há também pensadores como Luc Ferry, e até políticos, como Robert Badinter, ex-ministroda Justiça francês responsável pela abolição do uso da guilhotina. Embora se trate na grande maioria de entrevistas realizadas em solo europeu com personalidades europeias, os entrevistados têm em comum compaixão e genialidade, o que faz deste, mais que uma leitura importante e deleitável, um livro capaz de renovar nosso encanto pelas realizações humanas.

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Informações Gerais

  • Título:

    ENTRE ASPAS: VOLUME 2

  • Catálogo:
    Outros Formatos
  • Gênero:
    Entrevistas
    Memórias
  • Cód.Barras:
    9788525434081
  • ISBN:
    978.85.254.3408-1
  • Formato:
    14x21
  • Páginas:
    480
  • Edição:
    abril de 2016

Vida & Obra

Fernando Eichenberg

Fernando Eichenberg nasceu em Porto Alegre. Graduado em história e jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi colunista do jornal Zero Hora. Em 1997 mudou-se para Paris, onde trabalhou como correspondente internacional para diversos veículos, entre os quais a revista Bravo!, o jornal Folha de S. Paulo e o canal de tevê GNT. Em 2010 assumiu o posto de correspondente do jornal O Globo em Washingto...

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Para o correspondente internacional Fernando Eichenberg, uma entrevista é muito mais do que a busca por declarações bombásticas ou por opiniões sobre um assunto da hora. É, sim, um evento antecedido por cuidadosa preparação e muita pesquisa, que resultam num mergulho na obra do entrevistado. Assim, e somente assim, se pode estabelecer um clima de conversa íntima, por vezes amistosa, em que o entrevistado relaxa a ponto de fazer reflexões significativas sobre o próprio trabalho e a sociedade. Mas, apesar dos preparativos, é ainda um momento fugaz e imprevisível: não há volta para a decisão de fazer ou não uma pergunta e a conversa sempre pode tomar um rumo imprevisto – ou não render como o imaginado.

As trinta entrevistas aqui reunidas são fruto da longa experiência do jornalista aliada a uma profunda consciência quanto à delicadeza do ofício, e merecem um lugar muito além das páginas dos periódicos em que foram publicadas. Elas nos revelam, por exemplo, que a infância vivida observando o cotidiano no pequeno hotel administrado por seus pais foi de suma importância para suscitar o interesse de Pina Bausch pelo drama humano. Que o controverso escritor Michel Houellebecq, autor de Partículas elementares, não resistiu ao massacre e desligou a tevê após o 4º gol da Alemanha no dia da partida contra o Brasil na Copa de 2014. Ou ainda que foi por uma jovem brasileira que Charles Aznavour se apaixonou pela primeira – e talvez única – vez. Ou que, para Elisabeth Roudinesco, o Brasil é provavelmente o país mais freudiano neste início de século XXI.

A maioria dos entrevistados são artistas, como os atores Charlotte Gainsbourg e John Malkovich, os autores Sempé e Robert Crumb, os cantores Aznavour e Michael Stipe; mas há também pensadores como Luc Ferry, e até políticos, como Robert Badinter, ex-ministroda Justiça francês responsável pela abolição do uso da guilhotina. Embora se trate na grande maioria de entrevistas realizadas em solo europeu com personalidades europeias, os entrevistados têm em comum compaixão e genialidade, o que faz deste, mais que uma leitura importante e deleitável, um livro capaz de renovar nosso encanto pelas realizações humanas.

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