Coleção L&PM Pocket


AO SUL DE LUGAR NENHUM

SOUTH OF NO NORTH

Charles Bukowski

Tradução de Pedro Gonzaga

Ao sul de lugar nenhum – histórias da vida subterrânea deixa claro por que Charles Bukowski é um dos escritores norte-americanos mais influentes das últimas décadas, e um dos mais lidos e amados pelos leitores. Sob o signo da solidão, do isolamento, da alienação e da marginalização, o que temos aqui são reflexões sobre personagens que desistiram da sociedade e talvez até de si mesmos. A essas massas silenciosas geralmente rotuladas como 'bêbados', 'vagabundos' e 'perdedores', Bukowski empresta sua voz (áspera de cigarro e destilados) e mostra que, sim, também essas pessoas têm esperanças, anseios e até mesmo sonhos, ainda que esses sonhos não se enquadrem nos padrões normalmente aceitos. Nestes contos, afloram toda a verve e todo o humor cáustico do autor, para o qual não há assunto tabu e nenhuma escatologia da miséria humana é desprovida de interesse.

Muitas histórias são narradas e protagonizadas por Henry Chinaski, o alter ego do escritor (em torno do qual giram cinco dos seus romances). É o caso, por exemplo, do conto 'Política', em que Chinaski banca o nazista na escola, em plena Segunda Guerra, pois não agüenta mais ouvir discursos patrióticos pró-aliados; e 'Lembra de Pearl Harbor?', em que é recusado pelo exército americano durante a mesma guerra, num dos mais marcantes episódios de marginalização da sua vida.

O velho Buk estava no seu auge literário quando escreveu essas histórias, nos anos 1960 e no início dos anos 1970. Grande parte delas foi publicada em revistas baratas e jornais underground de Los Angeles (e até mesmo em revistas masculinas). Se normalmente o autor é associado à crueza desprovida de qualquer romantismo com que aborda a frustração sexual, o alcoolismo, o desemprego e tantos assuntos perturbadores, esses 27 contos, assim como os seus melhores romances, mostram de forma inequívoca todo o seu domínio narrativo. Bukowski é, sim, cru, ferino e por vezes escatológico, mas é também econômico, rápido, certeiro; é sábio em suas escolhas e nunca falha em despertar o interesse do leitor. Publicado em 1973, Ao sul de lugar nenhum é aclamado como o melhor livro de histórias curtas do autor. Eis o velho safado em sua melhor forma.

Ler mais

Informações Gerais

  • Título:

    AO SUL DE LUGAR NENHUM

  • Título Original:
    SOUTH OF NO NORTH
  • Catálogo:
    Coleção L&PM Pocket
  • Gênero:
    Contos
  • Série:
    Bukowski
  • Referência:
    895
  • Cód.Barras:
    9788525420671
  • ISBN:
    978.85.254.2067-1
  • Páginas:
    240

Vida & Obra

Charles Bukowski

Nasceu em Andernach, na Alemanha, a 16 de agosto de 1920, filho de um soldado americano e de uma jovem alemã. Aos três anos de idade, foi levado aos Estados Unidos pelos pais. Criou-se em meio à pobreza de Los Angeles, cidade onde morou por cinqüenta anos, escrevendo e embriagando-se. Publicou seu primeiro conto em 1944, aos 24 anos de idade. Só aos 35 anos é que começou a publicar poesias. Foi internado diversas vezes com crises de ...

Ler mais

Opinião do Leitor

Seja o primeiro a opinar sobre este livro

Você também pode gostar


Ao sul de lugar nenhum – histórias da vida subterrânea deixa claro por que Charles Bukowski é um dos escritores norte-americanos mais influentes das últimas décadas, e um dos mais lidos e amados pelos leitores. Sob o signo da solidão, do isolamento, da alienação e da marginalização, o que temos aqui são reflexões sobre personagens que desistiram da sociedade e talvez até de si mesmos. A essas massas silenciosas geralmente rotuladas como 'bêbados', 'vagabundos' e 'perdedores', Bukowski empresta sua voz (áspera de cigarro e destilados) e mostra que, sim, também essas pessoas têm esperanças, anseios e até mesmo sonhos, ainda que esses sonhos não se enquadrem nos padrões normalmente aceitos. Nestes contos, afloram toda a verve e todo o humor cáustico do autor, para o qual não há assunto tabu e nenhuma escatologia da miséria humana é desprovida de interesse.

Muitas histórias são narradas e protagonizadas por Henry Chinaski, o alter ego do escritor (em torno do qual giram cinco dos seus romances). É o caso, por exemplo, do conto 'Política', em que Chinaski banca o nazista na escola, em plena Segunda Guerra, pois não agüenta mais ouvir discursos patrióticos pró-aliados; e 'Lembra de Pearl Harbor?', em que é recusado pelo exército americano durante a mesma guerra, num dos mais marcantes episódios de marginalização da sua vida.

O velho Buk estava no seu auge literário quando escreveu essas histórias, nos anos 1960 e no início dos anos 1970. Grande parte delas foi publicada em revistas baratas e jornais underground de Los Angeles (e até mesmo em revistas masculinas). Se normalmente o autor é associado à crueza desprovida de qualquer romantismo com que aborda a frustração sexual, o alcoolismo, o desemprego e tantos assuntos perturbadores, esses 27 contos, assim como os seus melhores romances, mostram de forma inequívoca todo o seu domínio narrativo. Bukowski é, sim, cru, ferino e por vezes escatológico, mas é também econômico, rápido, certeiro; é sábio em suas escolhas e nunca falha em despertar o interesse do leitor. Publicado em 1973, Ao sul de lugar nenhum é aclamado como o melhor livro de histórias curtas do autor. Eis o velho safado em sua melhor forma.

" />