O grupo de pesquisa em Comunicação e Cultura do Centro Universitário Feevale de Novo Hamburgo desenvolveu o game "Canibais" baseado no livro homônimo do jornalista David Coimbra sobre o famoso crime da Rua do Arvoredo. O grupo, que estuda games desde 2005, atualmente desenvolve uma metodologia para a análise de jogos eletrônicos. A equipe formada pelos professores Christine Bahia de Oliveira, Cristiano Max Pereira Pinheiro e Marsal Ávila Alves Branco, por sete alunos voluntários e uma bolsista remunerada, tem como objetivo definir como ocorre a narrativa nos jogos e como ela é cada vez mais um tema a ser tratado nos cursos de Comunicação Social.

O professor e publicitário Cristiano Max conta que entrou em contato com o livro Canibais nas férias. "Gostei da narrativa, a história de um serial-killer em Porto Alegre me pareceu interessante", relata. Foi aí que surgiu a idéia de transformar a história em um game de aventura, já que a trama tinha todos os ingredientes necessários para um jogo de aventura. O professor juntamente com os outros colegas (todos com experiência em informática) passaram o livro para os alunos, que participaram ativamente do processo de coleta de dados e roteirização.

"Canibais", que não será comercializado, faz parte dos chamados "jogos de apontar e clicar", nos quais o usuário interage com o game a partir de elementos que encontra na tela – ele pode abrir uma porta, pegar um livro numa estante etc. O jogo segue o formato da história original, mas no lugar dos capítulos, o jogador vai se deparar com diferentes salas de jogos, nas quais intuitivamente vai decifrar o enigma dos crimes da Rua do Arvoredo.

Canibais, primeiro romance de David Coimbra, revisita um episódio célebre do passado porto-alegrense: o caso do lingüiceiro. Em meados do século XIX, o açougueiro Ramos e sua mulher, Catarina, assassinaram dezenas de pessoas e utilizaram os cadáveres para fazer lingüiça, transformando os habitantes da Porto Alegre de então em involuntários canibais.

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