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O primo Basílio estréia no cinema no dia 10 de agosto

02/08/2007

- Por L&PM Editores

Depois dos sucessos dos longas-metragens Dona da História, Se eu fosse você e Muito gelo e dois dedos d´água, o diretor Daniel Filho traz para o cinema uma adaptação da clássica trama de amor baseada no romance O primo Basílio, escrito pelo português Eça de Queiroz. 

A história é transferida de Lisboa para São Paulo, no ano de 1958. Luísa (Débora Falabella) é uma jovem romântica casada com Jorge (Reynaldo Gianecchini), um engenheiro envolvido na construção da nova capital federal, Brasília. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela reencontra o primo Basílio (Fábio Assunção), sua antiga paixão, que volta ao Brasil depois de anos no exterior.

Após a partida de Jorge para Brasília, Luísa se envolve com o primo. Seu segredo, no entanto, é descoberto pela amarga empregada Juliana (Glória Pires), que vê a possibilidade de garantir uma velhice estável ao encontrar cartas de amor de Basílio e Luísa. Juliana, então, começa a chantagear a patroa com a prova do adultério por uma grande soma de dinheiro.

Jorge volta para uma estada em São Paulo. Luísa se vê forçada a enfrentar a realidade: traíra seu marido a quem ama na realidade, virava escrava da empregada e, além de tudo não sabe mais de onde tirar tanto dinheiro para arcar com a chantagem imposta por Juliana. Luísa fará qualquer coisa para não deixar que Jorge descubra seu erro.

Numa surpreendente e inesperada seqüência de eventos, Luísa descobrirá o verdadeiro preço de quem não soube conviver com seus desejos.

O autor

Eça de Queiroz
Um dos mais importantes autores da língua portuguesa, José Maria Eça de Queiroz retratou como poucos a pequena burguesia no momento em que ela se firmou na sua vida citadina da Europa. Nasceu em 25 de novembro de 1845, na cidade de Póvoa de Varzim, Portugal. Com 16 anos, foi para Coimbra estudar Direito. Seus primeiros trabalhos foram publicados em capítulos, na revista Gazeta de Portugal. Depois de sua morte, eles foram reunidos numa coleção sob o título de Prosas Bárbaras.

Seus livros O crime do padre Amaro, O primo Basílio e A relíquia formam uma trilogia que analisa de forma severa o casamento e o comportamento social da época.

Além de escritor, Eça trabalhou para o governo português como administrador municipal, na cidade de Leiria e depois, como cônsul de Portugal em Newcastle e Bristol, na Inglaterra, e em Paris, na França, onde morreu em 1900. Foi no exterior que escreveu algumas de suas obras-primas como Os Maias e O Mandarim.

A obra

O primo Basílio
O primo Basílio é um dos mais importantes romances de Eça de Queiroz. Publicado em 1878, constitui uma análise da família burguesa urbana no século XIX. O romance é o segundo escrito por Eça, logo após O crime do Padre Amaro, em que já havia retratado essa vida pequeno burguesa que se consolidou no decorrer daquele século. Com O primo Basílio, Eça muda a sua cena para a cidade, em busca de um cenário novo para as mesmas situações de hipocrisia e falsidade que nascem no âmago de um lar aparentemente feliz e perfeito.

Com O primo Basílio, Eça reafirma seu compromisso com o seu tempo e usa sua obra como forma de análise e denúncia. A ironia é que o livro é escrito justamente para a mesma burguesia criticada por ele. Grande consumidora dos romances realistas, a classe média tem a oportunidade de se ver refletida de forma cruel no que tem de fútil e hipócrita no seu comportamento social.

Perfil dos personagens

Luísa (Débora Falabella)
Luísa é uma jovem romântica, frágil e sonhadora que vive um rotineiro casamento com o engenheiro Jorge, envolvido com a construção de Brasília. Durante a juventude, Luísa viveu um breve romance com seu primo, Basílio, por quem nutriu uma forte paixão. Agora, adulta, o reencontra e acaba cedendo às suas investidas. Porém, o que parecia ser a aventura que movimentaria sua vida terá um desenrolar bem menos romântico do que esperava.

Basílio (Fábio Assunção)
Elegante, viajado e muito sedutor, ele é relações públicas de uma montadora de carros francesa. Ainda jovem terminou seu romance com a prima ao se mudar para a Europa. Ao encontrar Luísa por acaso num concerto no Teatro Municipal, decide procurá-la e a seduz, fazendo-a ceder às suas investidas.

Jorge (Reynaldo Gianecchini)
Homem honesto, caseiro e muito discreto, é casado com Luísa. Engenheiro de boa reputação e entusiasmado com o novo Brasil que se erguia à época, é convidado a trabalhar na construção de Brasília. Ao partir para o Planalto, pede ao amigo Sebastião, que cuide de sua esposa, pois teme a má influência da amiga Leonor sobre Luísa.

Juliana (Gloria Pires)
Mulher solteirona que passou a vida trabalhando como empregada doméstica, não teve um homem e tem como única família uma tia idosa. Após anos trabalhando para a tia de Jorge, vai servir ao engenheiro quando sua antiga patroa falece. Invejosa, amargurada e cheia de ressentimento com a vida, vê em Luísa a oportunidade de se vingar de um mundo que nunca lhe proporcionou nada de bom.

Sebastião (Guilherme Fontes)
Advogado, amigo de Jorge que possui uma paixão secreta por Luísa. Tímido e prestativo,tentará ajudar Luísa a se livrar da chantagem de Juliana. Mesmo que sejam necessárias atitudes extremas.

Leonor (Simone Spoladore)
Amiga de Luísa dos tempos de escola, é uma mulher mal vista e falada pela sociedade paulistana. Desquitada, já está em seu segundo casamento e vive em rumorosos casos extraconjugais que lhe renderam, inclusive, o apelido Leonor Maçaneta. Apóia Luísa e vira sua confidente em sua aventura com Basílio.

Vitória (Laura Cardoso)
Tia e mentora de Juliana. Orienta a sobrinha a fazer uso das cartas que achou e para chantagear a patroa e garantir a sua aposentadoria.

Castro (Gracindo Júnior)
Banqueiro amigo de Sebastião e Leonor. Ele se interessa por Luísa e quer ter um affair com ela em troca do dinheiro exigido por Juliana.

Entrevistas

Daniel Filho (Direção)

Como surgiu a idéia de filmar O primo Basílio?
Depois de ter dirigido muitas comédias ou filmes leves, procurei uma história de amor porque acho que nós, latinos, ou brincamos muito ou somos melodramáticos. Queria achar uma história que me falasse de amor, de paixão, porque acho que essas histórias são eternas e interessam ao nosso público. Principalmente a mulher – que é um público importante de cinema – gosta de ver. E eu não achava a história até que, de repente, comecei a pensar que entre as histórias românticas e fortes que já tinha dirigido estava a minissérie O primo Basílio.

Fábio Assunção (Basílio)

Como surgiu o convite para participar do filme?
Tudo começou quando Daniel (Filho) me ligou ano passado. De cara, eu aceitei. Não só pela admiração que tenho pela obra, como pelo Eça de Queiroz, mas também pela idéia de trazer o universo do escritor para um universo mais rodriguiano, década de 1950 no Brasil. O filme se passa em 1958 em São Paulo, mas muito com a cara do Rio e a cara de Nelson Rodrigues. Eu já tinha feito outra obra de Eça, Os Maias, na TV, por isso já tinha lido várias coisas dele e acho O primo Basílio a sua obra mais romântica. É uma história de pessoas medíocres dentro de um processo de sedução e o personagem Basílio é a sedução desse filme.

Débora Falabella (Luísa)

Fale um pouco sobre sua personagem
A Luísa é uma mulher que nasceu numa família tradicional de São Paulo e que foi criada à maneira como as mulheres eram criadas na década de 1950, ou seja, para ser uma dona de casa. Não estudou, não foi trabalhar fora. Ela cuidava do marido, da casa, era realmente uma mulherzinha. Ela tem um certo despreparo em relação à vida. Eu nunca quis olhar isso de uma forma preconceituosa, acho que a gente tem que entrar e olhar a personagem sempre de uma maneira aberta. Se ela tivesse mais instrução, fosse mais esperta, ela não teria sofrido tanto quanto sofreu.

Reynaldo Gianecchini (Jorge)

Como é o seu personagem?
Jorge é um sujeito pacato, simples, que escolheu uma estrutura de vida padrão. Ele é feliz com o casamento bem tradicional, com a mulherzinha que cuida da casa e é feliz com o trabalho dele. Ele não precisa de grandes aventuras para se sentir bem e também não se expressa de uma forma muito efusiva para nada. É o típico pé no chão.

Gloria Pires (Juliana)

Como surgiu o convite para fazer o filme?
Daniel me ligou e falou que ia fazer O primo Basílio e queria que eu fizesse a Juliana e, lógico, que eu na hora falei que sim. Como sempre. Eu confio no olho do Daniel e no que ele pensa para as personagens. Eu acho que é muito próximo do que eu penso. Então existe uma confiança. No Se eu fosse você também não foi diferente e eu não havia nem roteiro. Um personagem como esse, uma oportunidade dessas, nem pensei duas vezes.

Como é trabalho de época para o ator?
O trabalho de época é mais cheio de detalhes, você tem que absorver uma série de coisas que não fazem parte do seu cotidiano. A Juliana não sofre tanto essa questão da época. Ela é simplesmente uma velha, feia, problemática, sozinha e que está em busca de um pé-de-meia para a velhice dela.

Simone Spoladore (Leonor)

Como é a Leonor?
A Leonor é amiga da Luísa e tem uma moral um pouco amoral. Ela é casada, tem o seu marido que a sustenta, mas ela tem os seus casos por aí e não se preocupa muito com isso. Ela não dá atenção a isso como a Luísa dá. Ela tem uma força. É contraditório isso que eu vou dizer, ela tem uma força de caráter maior do que a Luísa nesse caso. Ela assume quem ela é e a Luísa, no processo do filme, não consegue assumir totalmente a potência dela de se conhecer, de ir à procura de si mesma. A Leonor é mais resolvida com ela mesma e não liga muito para esses tabus e essa moral.

Euclydes Marinho – Roteiro

Como surgiu o convite para fazer o roteiro de O primo Basílio para o cinema?
Há pelo menos 25 anos Daniel Filho e eu, que temos uma longa parceria na televisão, ensaiamos realizar um filme juntos. Já fizemos algumas tentativas, mas só agora conseguimos consolidar nossa parceria no cinema. Estávamos buscando alguma história romântica quando Daniel teve a idéia do Primo Basílio.

Qual a maior dificuldade de adaptar um clássico de Eça de Queiroz para a telona?
A maior dificuldade não foi adaptar para a “telona”, mas sim adaptar o clima lisboeta do fim do século XIX para outra época, mais próxima de nós.

Qual foi o seu objetivo em trazer a história de Lisboa para a São Paulo dos anos 50/60?
O Brasil dos anos 1950 ainda tinha uma certa ingenuidade e um rigor moral que combinava com a história. Adultério nos dias de hoje já não causa tanto impacto.

Podemos dizer que o Eça ficou um pouco rodriguiano pela época e pela trama?
Sim. Daniel e eu conversamos muito sobre o tom do filme, e logo nos lembramos de A vida como ela é, episódios que produzimos anos atrás para a TV Globo, e achamos que tinha tudo a ver. Inclusive ficou claro para nós que Nelson também bebeu na fonte do Eça. 

Quanto tempo durou o processo de elaboração do roteiro?
 Cinco meses.

É uma história de amor ou de paixão?
Acho mais que é uma história de desencontros amorosos.

Que clássico você gostaria de adaptar ou ter adaptado?
A Bíblia.

Quais seus próximos projetos?
Estou escrevendo uma adaptação de Dom Casmurro para a televisão, finalizando meu primeiro longa-metragem Mulheres, verdades & mentiras, escrevendo o argumento de meu segundo longa e desenvolvendo projetos pra dois seriados para TV a cabo.

Marília Carneiro (figurino)

Qual figurino do filme é o seu preferido?
O meu xodó no filme talvez seja realmente a mocinha, a Débora Falabella que faz a Luísa. Até porque eu acho que ela tem mais ou menos a idade que eu tinha nessa época. Eu me vejo nela não como personalidade, veja bem, mas como layout. Eu usei muito aquelas roupinhas que ela usa. Acho que ela é o meu xodó.

No que a experiência em A vida como ela é contribuiu?
Quando eu revi A vida como ela é, tive um ataque de narcisismo, porque eu acho aquilo tudo tão lindo que eu disse que o único recurso que tenho é me copiar. Melhor que aquilo eu não vou conseguir fazer, aquilo está lindo. E agora eu estou com a pretensão de que os anos se passaram e que meu trabalho se aprimorou. Portanto, eu estou achando que eu consegui fazer um trabalho ainda mais maduro por ter usado a experiência do A vida como ela é.

Você orientou a equipe sobre o ano de 1958; que tipo de nostalgia o trabalho trouxe?
1958 é exatamente o ano que eu não posso esquecer porque foi o ano em que eu acabei de estudar aqui no Brasil e fui para a Europa. Então, eu era a pessoa mais feliz do mundo porque, você tendo 18 ou 19 anos, sendo mocinha, ir para Paris e morar longe do pai, da mãe, da avó, da tia, dá uma enorme sensação de liberdade. É um ano do qual eu jamais me esqueci. Agora, também acho que foi um ano abençoado para todo mundo porque existe um livro, que eu até consultei, chamado 1958 – O ano que nunca deveria ter acabado, onde ele cita que o Brasil ganhou, que a bossa nova fez o seu primeiro disco, o Brasil ganhou a Copa do Mundo, Elizeth Cardoso lançou “Chega de Saudade”, que era João Gilberto. Foi um ano que não passou despercebido para ninguém da minha geração. Nostalgia? Eu acho que eu tenho um pouco do jeito que eu me vestia, do jeito que eu pensava que a vida era só para se divertir. Agora eu aprendi que não é bem assim.

Como são os figurinos de Basílio e Jorge?
O Daniel me pediu para assistir a O sol por testemunha (Plein Soleil), filme com o Alain Delon passado em Roma no verão. Aquele homem lindo de olhos azuis, queimado de praia, de sol, com o terno claro. Eu falei: “Gente, o Basílio é assim!”. Como colocar o Basílio na realidade de 1958 em São Paulo, uma realidade que eu conhecia pouco? Basílio chega da Côte d’Azur com um novo ritmo que ele ensina para a Luísa. Então, ele pode chegar queimado, com um terno claro, até para fazer o contraponto do Jorge que é um paulista típico, de terno escuro, risca de giz, um colete ou outro. Usa aquele alfinetinho de ouro segurando o colarinho, o que é um sinal de gente que não gosta de nada fora do lugar, o colarinho tem que ficar lá onde ele botou de manhã cedo. É divertido porque um é o oposto do outro. Um, digamos, é uma linha inglesa de se vestir que é o Gianecchini. O outro é absolutamente italiano na maneira de se vestir. Usei e abusei dos cáquis, dos cremes, dos beges. A capa de chuva é uma coisa muito glamourosa, está na fantasia o galã com a capa de chuva e com a gola levantada. Gola roulé. Todas as coisas que eu achava que traziam um glamour para o homem eu coloquei no Basílio.

E o figurino das mulheres?
Quando eu vi a Simone Spoladore (Leonor), falei: “Gente, essa menina não é de 2006, é do meu tempo”. Aquele shape, aquele corpinho, que não é sarado, de quem faz musculação. Ela é uma pessoa com um corpo extremamente feminino e que era o corpo que estava na moda em 58. Com a cinturinha muito fina, nada siliconado, nada malhado, tudo feito por Deus. Isso foi um trunfo porque ela vestiu as roupas da época de uma maneira idêntica à do desenho da época. 

A Luísa (Débora Falabella) é a boneca. Se você pode pensar em Audrey Hepburn, quem sabe, aquela bonequinha de luxo frágil, que quebra de tão delicada que é, também era uma mulher muito comum naquela época.

Bem, Juliana e Joana, eu não pude deixar de lembrar das empregadas da minha casa. Por favor, não pense que se tratava mal empregada na minha casa, de jeito nenhum. Mas tinha esse negócio de serem duas e dormirem no beliche. Isso não era desconhecido para mim. Tinha uma que era severa, que cuidava da gente e da casa, e tinha uma rueira que eu morria de inveja. Quando eu era pequenininha, dizia que quando eu crescesse seria empregada, porque na minha cabeça ela tinha a vida mais glamourosa do mundo já que ia dançar todas as noites. Eu sei que ela chegava contando coisas maravilhosas, dos homens que dançavam e isso ficou muito na minha cabeça. E a Joana é assim, uma pessoa que está aí para se divertir.

Como surgiu a idéia para o bigode de Jorge (Gianecchini)?
Bigode se usava muito, era uma coisa de status. O Giane precisava um pouquinho mais de idade e o Daniel estava pensando muito no Cary Grant, que tinha um desenho de cabelo e de bigode que o Daniel ama. A gente experimentou no Gianecchini e eu acho que ficou o resultado foi aproximá-lo da época.

Como foi trabalhar novamente com o Daniel?
Para qualquer filme que ele me chamar, onde eu estiver e se eu puder fazer, ‘i’m coming running’, porque é muito bom. Sempre foi bom porque eu sempre aprendi muito. O Daniel já foi muito mais estressado e acho que a idade está dando a ele uma doçura e uma vontade de se divertir trabalhando. Nós dois somos absurdamente ligados profissionalmente. Eu acho que 33 anos de convívio, de trabalho, não é para qualquer um. Trabalhar com o Daniel um prêmio, sem querer fazer agrados.

Ana Van Steen (maquiadora)

Como foi o trabalho de caracterização dos personagens em O primo Basílio?
O trabalho de maquiagem de O primo Basílio foi feito em sintonia com o de figurino. A Marília Carneiro foi a nossa diretora de arte.

Débora Falabella
Para a personagem de Débora Falabella, a Luísa, eu tive como referência a Grace Kelly. E ela acabou ficando bem semelhante. O cabelo com o tipo de ondulado, bem dos anos 50. O que a Marília quis e conseguiu que a gente fizesse foi deixar o cabelo o mais natural possível. A gente bolou também que ela teria um rabo-de-cavalo para a cena em que dança cheek-to-cheek com o Basílio. Nos inspiramos em rabos-de-cavalo da Audrey Hepburn no filme Dália Negra. Clareamos o cabelo, que também usou lentes de contato para esverdear os olhos, já que queríamos que ela ficasse mais suave, mais criança. Ainda de Luísa, houve o trabalho da representação física da doença.

Fábio Assunção
O lado conquistador, sensual, veio do James Dean. A Marília trouxe também a referência do Alain Delon. Em alguns momentos a gente se lembrava do Alain Delon na hora de pentear o Fábio. A pele dele é super natural, é um homem de verdade.

Reynaldo Gianecchini
Nossa referência foi o Cary Grant, a pedido do Daniel. No momento em que a Luísa adoece, e ele vai ficando desesperado, e o deixamos com olheiras, mais descabelado. O que foi feito nele para que ele se parecesse muito com esses homens de outra época? Raspamos o cabelo dele na região da testa para aumentá-la e fazer esse desenho de risca bem acentuado. Usamos algo bem parecido com a gomalina. E o bigode que, colocado no Gianecchini, imediatamente fez com que ele ganhasse sobriedade, idade, responsabilidade.

Simone Spoladore
A Leonor veio bastante da Brigitte Bardot. Ela aparece bastante no filme também de cabelo preso como a Bardot também usava, um coquinho meio bagunçado, um batom vermelho bem sensual, unhas vermelhas, uma pintinha bem ousada, debochada e ficou ótimo.

Guilherme Fontes
O Guilherme, a pedido da Marília, ficou um pouco parecido com o Philip Seymour Hoffman, um pouquinho mais loiro, ele usa uns óculos.

Glória Pires está completamente caracterizada no filme? Como foi o processo?
Glória foi a cereja do bolo da maquiagem. Ela se entregou ao filme. Depois de um pouco de pesquisa de dentes tortos e amarelados, virou esse ser humano que tem uma arcada com dentes encavalados, tem buço, cabelos no rosto, não tira a sobrancelha. Fizemos uma prótese dentária para que ela ficasse com o queixo um pouco mais proeminente, o que mudou até a postura do rosto dela com relação ao pescoço. O coque com os cabelos em cima da orelha deu um tom descuidado. A Glorinha está quase irreconhecível.

Essas fontes de inspiração que a gente usou, que vêm de Hollywood, são só fontes de inspiração. A gente adapta as idéias sempre ao que o ator tem de especial e busca o que tem de bom naquela fonte de inspiração. Trazer o que tem de bom para o personagem sempre respeitando o que o ator tem de melhor também. A gente não copia o que foi feito, só se inspira realmente. Esse foi o trabalho de maquiagem do filme.

Mais informações: www.primobasilio.com.br