24/11/2011
- Por L&PM Editores
Escrito pelo chinês Chan Koonchung, Os anos de fartura é um livro imperdível. Considerado um romance Cult, o romance conta uma história que se passa em 2013, em uma China que virou uma superpotência mundial. Abaixo, três matérias que foram publicadas em jornais internacionais e que foram traduzidas para a L&PM por Guilherme da Silva Braga que também é o tradutor do livro.
The Independent - Por James Kidd - Publicada em 5 de agosto de 2011
Este é o primeiro romance do polivalente Chan Koonchung. Nascido em Hong Kong, o escritor residente em Beijing já havia trabalhado como roteirista, produtor de cinema, jornalista, editor de revista, ativista ambiental e cabo eleitoral. Banido na terra natal de Chan, o romance Os anos de fartura apresenta um engenhoso efeito distópico. Em 2011, um mês da história chinesa desaparece: 28 dias em fevereiro e março que separam o derretimento da economia global do início da "Época de Ouro da China". Por estranho que pareça, a maioria da população está satisfeita demais com a própria vida para notar essa lacuna. Algumas pessoas – em geral pessoas infelizes – são imunes a esse bem-estar generalizado e começam a se perguntar onde o tempo foi parar.
O protagonista, um expatriado de Hong Kong chamado Velho Chen, não é um desses iluminados. Como autor de livros de detetive, Chen perambula por Beijing em uma atmosfera de agradável protelação: compra "Latte Dragão Negro com Lichia" no Starbucks (agora controlado pelo grupo chinês Wantwant), frequenta festas literárias onde intelectuais exaltam o governo, assiste antigos filmes de propaganda comunista com He Dongsheng, um oficial de alto escalão no partido, e não escreve uma única palavra.
Porém duas amizades ressurgem do passado e mudam a vida do personagem para sempre. A primeira é Fang Caodi, um exilado chinês retornado que percebe a recente lacuna temporal. A segunda é Wei Xihong, uma antiga paixão. Ela se sente insatisfeita com a assepsia do presente e infeliz com o apagamento da história sabidamente turbulenta da China. "Ninguém mais fala a respeito, só eu. Será que sou louca?"
O trio forma uma aliança improvável: O Velho Chen se apaixona pela Pequena Xi, mas permanece cético quando às teorias de conspiração da amiga. A busca pela verdade leva-os até um movimento cristão clandestino. No fim, Chen precisa responder a pergunta central da Pequena Xi sobre a China moderna (uma pergunta feita através de uma alusão ao romancista chinês Lu Xun): "Entre um bom inferno e um paraíso falso, qual você escolheria?"
Os anos de fartura situa-se em algum lugar entre a comédia disparatada de Brothers, de Yu Han, e o realismo social apaixonado de Pequim em coma, de Ma Jian. Chan faz alusões a Cândido e a Admirável mundo novo. A China é um país de alucinação em massa e sem memória. A Praça Tiananmen é apenas um local, não um acontecimento trágico. As pessoas, os lugares e o tempo desaparecem. Protestos radicais são comprados com promessas de uma vida confortável.
O retrato pintado por Chang é enérgico, inteligente e divertido, mas o êxito de Os anos de fartura é um tanto incerto. A estranha combinação de autobiografia, livro polêmico, suspense e crítica social resulta em uma leitura meio desengonçada. Pode ser que essa tortice seja uma tentativa consciente de refletir as elipses do enredo. Mas, no longo Epílogo, a história agradavelmente absurda de Chan é deixada em segundo plano em prol de um final didático: He Dongsheng dá uma longa palestra, sóbria mas monótona, sobre a sociedade chinesa contemporânea.
É como se Chan não acreditasse na eficácia da proposta satírica e interferisse para martelar essa mensagem na cabeça do leitor. A análise crua pode não ser nada bonita, mas é corajosa, em especial quando a liberdade de expressão pode acabar mandando o autor para uma prisão chinesa. Os anos de fartura merece aplausos e admiração, mesmo que não faça jus a uma ovação de pé.
* * *
The Spectator para Mark Amory - Por Jonathan Mirsky - 2 de agosto de 2011
Esse romance apavorante me deu vários sustos. Eis como Chan Koonchung, criado em Hong Kong, mas hoje residente em Beijing, consegue esse efeito: ele ambienta a história em um futuro muito próximo, em 2013, que apresenta grandes semelhanças com a China atual, porém acrescenta dois elementos inquietantes: um mês inteiro de 2011 desapareceu de quase todos os registros históricos e quase todo mundo se sente feliz o tempo inteiro. Além de não sentir falta do mês desaparecido, as pessoas esqueceram-se das perseguições maoistas, da fome de 1956-1961, em que 45 milhões de pessoas perderam a vida, e da matança na Praça Tiananmen. Chen, o protagonista do romance, que passou boa parte da vida entre Taiwan e Hong Kong, mas mora em Beijing, era um escritor de razoável sucesso antes de se mudar para a China – e agora se sente incapaz de escrever uma única palavra. Mas ele se sente feliz, como quase todo mundo, a não ser pela Pequena Xi, uma quase-namorada de longa data, e outras poucas pessoas. Desnecessário dizer que o livro foi publicado em Hong Kong e permanece inédito na China.
Esse não é um estado sinistro como aquele descrito por Orwell em 1984 – em Os anos de fartura, o Partido-Estado fornece à maioria das pessoas bem mais do que as necessidades materiais básicas; os intelectuais nunca estiveram em uma situação tão favorável, e lugares como o Starbucks – agora em mãos chinesas – e os shopping centers estão lotados de clientes endinheirados.
Ao menos para mim, essa descrição é apavorante porque, afora o mês desaparecido, corresponde em boa parte à realidade. Muitos chineses com menos de 30 anos são produto de um sistema educacional em que o passado foi completamente distorcido. Para essas pessoas, Mao foi um herói que restaurou a grandeza internacional da China, a Grande Fome foi o resultado de três anos de tempo ruim e manipulação soviética e Tiananmen foi uma "arruaça" antigovernista promovida por "vândalos". Falar sobre esses e muitos outros assuntos em termos negativos é considerado por muitos chineses uma atitude "antichinesa" ou, pior ainda, "desestabilizadora". O Partido vendeu a "estabilidade" a centenas de milhões de pessoas como sendo a razão para a relativa prosperidade de que muitos hoje desfrutam.
Mas Chen tem amigos, como a Pequena Xi, que não estão infinitamente satisfeitos e ainda se lembram do mês que desapareceu dois anos atrás. Na maior parte do tempo, Chen resiste a eles: assiste televisão, lê os jornais e se encontra com amigos inteligentes. "Não achei que nenhum evento de grandes proporções tivesse me escapado. Eu acreditava em mim – no meu conhecimento, na minha sabedoria e no meu julgamento independente" [pág. 36]. Chen vai a uma soirée intelectual e vê, com grande prazer, os convidados "juntos em harmonia em um único lugar aparentando felicidade genuína, e até mesmo euforia... Devemos mesmo estar vivendo em uma época de paz e prosperidade" [pág. 38]. De fato. Chen está no período oficialmente designado como Época de Ouro da China (o título original chinês é Shengshi Zhongguo 2013, "China ascendente 2013") e todo dia, quando volta ao Starbucks para tomar um Latte Dragão Negro com Lichia, sente-se feliz porque o Starbucks, agora parte de um consórcio de investimentos chinês, é "uma expressão incrível do sutil poder da China" [pág. 45].
Chen é um colecionador de livros, e certo dia visita uma livraria famosa. "Quer dizer que as pessoas ainda leem livros. Ótimo! O doce cheiro dos livros em uma sociedade letrada" [pág. 38]. Chen desce até o subsolo vazio. Está à procura de um livro específico, mas não consegue lembrar como se chama. "De repente me senti sufocado. Será que o ar lá embaixo estava tão ruim assim?" [pág. 39]. Mais tarde ele encontra o filho da Pequena Xi, que não se dá com a mãe. Como um sinistro e bem-sucedido membro do Departamento de Propaganda, o garoto diz para Chen: "O Departamento de Propaganda orienta a vida espiritual de toda a nação... Tudo está sob o controle do Partido e do governo; eles sabem de tudo" [pág. 52].
A Pequena Xi conta a Chen que, quando trabalhou como juíza, recusou-se a condenar as pessoas à morte apenas para cumprir cotas, até que um dia acordou em um hospital psiquiátrico. "Eu começava a falar sobre o passado, em especial sobre os acontecimentos do dia 4 de junho de 1989; ninguém queria me ouvir, e todos adotavam uma expressão indiferente. Quando falávamos sobre a Revolução Cultural, lembravam apenas da diversão quando foram enviados ao campo... Nem ao menos sabiam o que fazer para relembrar o passado amargo... Tive a impressão de que certas memórias coletivas tinham sido engolidas por um buraco negro para nunca mais aparecer" [pág. 81]. Como Chen passou boa parte da vida fora da China, ele sabe o que os outros esqueceram. Chen acessa a página chinesa da Amazon e descobre que não existem livros sobre aquele passado terrível. "Ele não tinha percebido que a história tinha sido reescrita e os fatos reais tinha sido retocados e apagados com um aerógrafo" [pág. 169]. Chen se consola. "Será que devemos forçar a geração mais jovem a recordar o sofrimento dos pais? Nossos intelectuais têm mesmo o dever de andar por um campo minado para se opor à máquina do estado?" [pág. 170]. Afinal de contas, "apenas os livros que não se afinam ao discurso histórico ortodoxo do Partido Comunista Chinês são completamente banidos" [pág. 170]. "A liberdade a noventa por cento. Hoje somos bastante livres – noventa por cento dos assuntos, ou até mais, podem ser discutidos em liberdade, e noventa por cento das atividades, ou até mais, não estão mais sob o controle do governo. Não é o suficiente?" [pág. 170]. (Por alguns anos eu ouvi os atuais defensores britânicos da China dizerem quase exatamente as mesmas palavras.)
Não pretendo revelar como o Partido-Estado chinês conseguiu apagar um mês da história e fazer todo mundo feliz em 2013, mas não é bem o que você poderia imaginar. Um oficial de alto escalão sequestrado por Chen e por seus amigos revela que a maioria dos oficiais chineses "lembra daqueles 28 dias, e todos sabem que o país inteiro está sofrendo uma espécie de amnésia seletiva e coletiva" [pág. 304]. A palavra-chave nesse trecho é "seletiva". O oficial afirma uma grande verdade: "Se os próprios chineses não quisessem esquecer, não teríamos como provocar essa amnésia coletiva. Mas os próprios chineses resolveram esquecer" [pág. 305].
* * *
The New York Times - Por Ian Johnson - 29 de julho de 2011
Em meio a uma ampla campanha governamental contra a dissidência artística, um autor publicou um romance que prevê um futuro orwelliano para a China dentro de apenas dois anos. Desnecessário dizer que o romance foi banido. Exemplares importados foram confiscados na fronteira. Livreiros que conseguiram obter exemplares para venda tiveram as livrarias fechadas.
Mesmo assim, Chan Koonchung não tem planos de fazer as malas e voltar para a terra natal em Hong Kong. Pelo contrário: não arreda pé, certo de que Beijing é o único lugar onde vale a pena morar em toda a China.
"Nunca se usa a palavra 'adorável' para descrever Beijing", disse o sr. Chan em um restaurante requintado nas proximidades do luxuoso apartamento onde mora. "Mas eu preciso estar em Beijing por causa das pessoas."
Durante boa parte da carreira, a frase seria uma referência à beleza das pessoas.
Aos 59 anos, o sr. Chan ficou conhecido por fundar uma revista de estilo de vida em Hong Kong, a City Magazine, e por inaugurar uma estação de televisão a cabo econômica em Taiwan, a Super TV, vendida para a Sony Entertainment na década de 90. Em tempos recentes, ganhou notoriedade escrevendo ensaios culturais sobre diferentes cidades chinesas.
"Ele circula bastante no circuito de festas", disse Huang Hung, uma editora e colunista social de Beijing. "Por isso essa obra parece um pouco surpreendente, mas é uma ótima surpresa."
A obra é um romance distópico sobre o futuro próximo da China. Depois da segunda crise financeira mundial em 2013, o governo se apega ao poder depois de enviar tropas às ruas para um mês de matança sangrenta. Depois o governo acrescenta à água um produto químico que faz com as pessoas sentirem-se felizes e predispostas a gastar dinheiro.
Com os consumidores chineses enfim livres do hábito secular de guardar dinheiro, a economia da China prospera e o país ultrapassa os Estados Unidos e outros países do Ocidente. É o início de uma época de ouro.
Acima de tudo, no entanto, Os anos de fartura é um livro sobre viver sob um governo autoritário. Em um dos momentos mais terríveis do romance, o mês de matança é esquecido – não graças a um agente químico, mas devido a uma amnésia coletiva. Os supostos heróis do livro, parte da elite ocidentalizada do país, finalmente descobrem o que aconteceu depois de sequestrar um membro do Politburo e obrigá-lo a contar tudo. Porém acabam concordando com as medidas adotadas pelo governo.
"Esse é um dos grandes temas que nunca são abordados", disse a sra. hung, que divulgou o livro em seu popular microblogue. "Todos querem beber o Kool-Aid do governo chinês."
O título chinês do romance é Shengshi Zhongguo 2013, que pode ser traduzido como "A época de ouro da China em 2013". O livro acaba de ser publicado no Reino Unido como The Fat Years e deve sair no início do ano que vem nos Estados Unidos.
o sr. Chan diz que o esquecimento é uma ocorrência corriqueira da vida na China: o governo enfatiza certas lembranças históricas para legitimizar o próprio poder, mas reprime outros traumas. "Ainda estamos falando sobre a Guerra do Ópio, mas esquecemos a Grande Fome e a Revolução Cultural", disse.
O sr. Chan resolveu escrever o romance em 2008, quando percebeu uma mudança na elite chinesa. A ascensão da China parecia estar sendo coroada com as os Jogos Olímpicos de Beijing, enquanto os problemas do Ocidente, que hoje muitos chineses imaginam estar em permanente declínio, ficavam ainda mais visíveis com a crise financeira. "Muita gente percebeu que a China tinha feito a coisa certa e queria expressar satisfação", disse o sr. Chan.
O livro foi escrito em 2009 e publicado em Hong Kong e em Taiwan no fim do mesmo ano. Os editores chineses recusaram-se a publicá-lo. "Algumas pessoas demonstraram interesse e eu sugeri que lessem o livro primeiro. Ninguém me deu retorno", disse.
Mas em 2010 o livro estava circulando pela internet, como na velho sistema samizdat de publicação de livros censurados na União Soviética. A China usa uma escrita simplificada em comparação à escrita tradicional usada em Hong Kong e em Taiwan, mas alguma pessoas digitaram o livro em chinês simplificado.
O sr. Chan percebeu que essas cópias apresentavam muitos erros. Então ele mesmo as corrigiu e disponibilizou a versão online, basicamente pirateando o próprio livro. Durante o ano passado, o romance tornou-se uma sensação e foi provavelmente o livro mais discutido nas grandes cidades da China.
Mesmo assim, permaneceu como um fenômeno underground. Depois de proibir a importação e de adotar medidas para punir livreiros que tentassem vender o romance, as autoridades bloquearam todos os sites que ofereciam downloads gratuitos do livro, inclusive o site oficial do próprio sr. Chan.
O sr. Chan, no entanto, permanece como um admirador ferrenho de Beijing, o que é uma raridade entre os nativos de Hong Kong – uma ex-colônia britânica que fala cantonês e continua sendo mais rica e mais livre do que a China continental. "Como nativo de Hong Kong, eu sofria do complexo de Shanghai: filmes de Shanghai, moda de Shanghai", disse. O sr. Chan também adorou morar em Taipei.
Logo percebeu, no entanto, que se quisesse manter-se a par do que acontecia na China seria necessário estar em Beijing. "Durante os jantares as pessoas discutem assuntos sérios", disse. "Elas querem entender a China."
O sr. Chan tornou-se uma figura constante no circuito social de Beijing. Ele é alto a magro, tem cabelos que batem nos ombros e usa óculos retangulares arrojados, aparentando ter menos de 59 anos. Veste-se de maneira básica mas elegante: calças ajustadas, uma camisa social e uma jaqueta com lapela estreita. O visual parece ter sido concebido para dizer: Eu não sou daqui.
Mas ele se sente muito à vontade em Beijing. Para os padrões de Hong Kong, o chinês mandarim do sr. Chan é muito bom – resultado, segundo acredita, de ter nascido na cidade costeira de Ningbo, mesmo que tenha se mudado para Hong Kong quando tinha apenas quatro anos.
Ele ainda viaja para o exterior, mas demonstra um profundo interesse pelos boatos políticos que correm por toda a China. "Gosto de saber o que está acontecendo, ou pelo menos o que as pessoa acham que está acontecendo", disse.
Isso o levou a criar um grupo de discussão por e-mail sobre a sociedade civil na China, que o ajuda a manter contato com pessoas envolvidas com o sistema judiciário, proteção ambiental e outras áreas que muitas vezes chamam a atenção das autoridades. Tudo indica que pretende ficar na capital, apesar dos riscos.
Nos últimos meses, o artista Ai Weiwei foi silenciado depois de ser preso e colocado em regime de prisão domiciliar. O autor Liao Yiwu se exilou depois de declarar que é perigoso demais continuar publicando livros sobre figuras à margem da sociedade.
Mesmo assim, o sr. Chan diz que não se sente ameaçado. Ele tem um passaporte de Hong Kong, o que pode ajudar. Contrariando muitas previsões, a China vem tratando Hong Kong com relativa conivência desde 1997, quando reassumiu a soberania sobre a ilha, e tolerando dissidências que jamais seriam permitidas no restante do país. Ou pode ser que o sr. Chan simplesmente ainda não tenha entrado na lista negra. Caso entre, no entanto, acredita que qualquer repressão vai resultar em assédio ou detenção.
"Na China, é o estado quem decide se você é dissidente ou não", disse. "Você está no polo passivo; esse é um rótulo imposto pelo governo. Mas eu nunca fui rotulado de dissidente."
Seja como for, o sr. Chan acredita que ser um dissidente não significa ser uma pessoa à margem da sociedade como no passado. "Os valores dos dissidentes hoje são compartilhados por um grande número de pessoas. Hoje existe mais gente disposta a dizer 'Eu tenho direitos'. Isso não teria acontecido trinta anos atrás."
O sr. Chan demonstra certo fatalismo em relação aos possíveis problemas futuros. "É como brincar com um gato. Você nunca sabe quando ele vai pôr as unhas para fora."
Assim, por enquanto ele permanece dedicado a Beijing e à escritura de um novo romance. A inspiração para o novo material? "Frequento muitos jantares."
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Leia nossa política de privacidade