“Há, em Hilda Hilst, uma recusa do outro e, ao mesmo tempo, a vontade de se ‘despejar’ nele, de nele encontrar algo de si mesma [...]”
Anatol Rosenfeld
Mais conhecida como poetisa e romancista, Hilda Hilst (1930-2004) escreveu também, na década de 60, oito peças teatrais. Os textos dramatúrgicos foram montados em diferentes ocasiões, mas somente agora se tornam disponíveis ao leitor brasileiro. De caráter profundamente alegórico, repleto de referências, o teatro de Hilda trata da opressão do indivíduo e do peso do poder político, e são hoje tão atuais quanto quando foram escritas.
“A empresa”, texto de 1967, a protagonista, América, debate-se entre o fervor revolucionário e a pressão pela repetição de modelos existentes. “O novo sistema”, escrita em 1968, tem caráter distópico: vê-se a passagem para um modelo autoritário de educação, em que a reflexão e o indivíduo não são possíveis. A nova ordem se reflete inclusive na linguagem, mas o Menino não se curva à experiência e sabota os planos totalitários.
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