Como atacar e como se proteger numa discussão
Neste tratado de esgrima intelectual, Arthur Schopenhauer (1788-1860) ensina como levar a afirmação do adversário além de sua fronteira natural, exagerando-a, ao mesmo tempo que se deve encolher a própria afirmação ao sentido mais estrito possível; incitar o adversário à cólera; confundir o oponente com duas perguntas de modo que ele não perceba para qual ideia se pretende obter uma resposta, e muito mais.
Escrito por volta de 1830, este livro baseia-se em filósofos da Antiguidade, como Aristóteles e Cícero, para propor 37 artifícios a serem usados numa discussão que podem auxiliar a parecer que se está com a razão sobre qualquer tema.
O filósofo alemão decidiu não terminar a escrita da obra (como explica em Parerga e paralipomena), no entanto, a obra inacabada foi publicada logo após a sua morte. Os editores lhe deram o título de Dialética erística, sendo “erística” uma espécie de argumentação filosófica de origem sofista que busca a vitória no debate independentemente da verdade ou do mérito da questão.
Em tempos em que a mentira e a falsidade se espalham na velocidade das redes sociais, este livro é ainda mais importante por desvendar truques dos quais todos precisamos nos proteger.
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