"Um resumo das minhas heterodoxias filosóficas fundamentais". Assim Nietzsche descreveu Crepúsculo dos ídolos (ou como se filosofa com o martelo), uma de suas últimas criações antes da loucura e a última obra que veria publicada em vida. O livro, que serve de introdução à forma de pensar nietzschiana, é sobretudo, fruto da seguinte constatação do autor: "Há mais ídolos do que realidades no mundo". A partir disso, Nietzsche põe-se a aniquilar tudo aquilo que julga serem ídolos falsos, ocos e decadentes. Ele parte do pensamento de Sócrates, destrói "ídolos" da sua época, como o sistema educacional alemão, escritores em voga, anarquistas, socialistas e progressistas, sem nunca deixar, é claro, de atacar a metafísica. Fazendo sempre um chamamento do homem ao senso crítico e à tomada de posição ("Que não sejamos covardes em relação aos nossos atos! Que não os abandonemos uma vez consumados! – O remorso é indecente."), ele balança os pilares da filosofia. Em meio a farpas e aforismos lapidares, nascem algumas das ideias mais radicalmente originais do pensamento moderno.
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