"Às vezes não sei se sou real ou se sou um personagem de um dos meus romances", declarou certa vez F. Scott Fitzgerald (1896-1940), um dos mais célebres escritores do século XX. Apesar da frase, mesmo nos momentos mais loucos de sua vida ele manteve o aguçado senso de objetividade. Porém, partilhava com os seus livros a qualidade de parecer totalmente representativo de uma época. Estrela dourada da "geração perdida", autor best-seller aos 23 anos de idade, devido ao sucesso ele se viu mergulhado em uma estonteante vida de viagens, alta sociedade e abundantes festas; ainda que durante todo o tempo ele tenha continuado trabalhando, produzindo as obras – O grande Gatsby e Suave é a noite, por exemplo–, que lhe valeram um lugar entre os melhores escritores do seu tempo. Sua vida e sua ficção formam uma mistura personalíssima de romance e realismo.
Logo após a morte de Fitzgerald – aos 44 anos –, seu grande amigo, o crítico, escritor e historiador Edmund Wilson (autor de Rumo à estação Finlândia), reuniu esta seleção de escritos. Trata-se do mais próximo que temos de uma autobiografia do autor. Aqui estão os seus ensaios íntimos, anotações, aforismos, sua correspondência, vigorosa e reveladora, bem como contribuições de amigos como T.S. Eliot, Gertrude Stein e John Dos Passos. É a história reconstituída do colapso de Fitzgerald, seu rápido declínio do sucesso ao fracasso e ao desespero e sua determinada recuperação. Sobretudo, é a história de um homem cuja personalidade e inescrupulosa alegria encantam a todos e cujo gênio é o símbolo vivo de sua era.
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