Sergio Faraco, conhecido autor de contos (ou, como ele gosta de dizer, de romances que geralmente terminam na sétima página), reuniu um time de escritores bissextos – mas nem tanto – para fazer este livro de histórias curtas. Bissextos porque nem todos são contistas, nem sequer ficcionistas (muitos têm aqui o seu primeiro conto); nem tão bissextos assim porque todos trabalham, de alguma forma, ligados à cultura e à palavra: são tradutores, dramaturgos, jornalistas, atores, críticos de arte.

O assunto era livre. Ainda assim, no conjunto de histórias resultante da empreitada, são recorrentes os temas universais freqüentados pelos grandes ficcionistas: nascimento, memória e morte – mesmo que vistos de diferentes prismas. Tão rico do ponto de vista estilístico – com ecos que vão de Tchekhov a Virginia Woolf, passando por Guimarães Rosa –, Antologia de contistas bissextos é um prazer e uma surpresa para todos os apreciadores da centelha de verdade que a narrativa curta nos proporciona.

Confira os contos presentes neste volume:

Ana Mariano – “A cor do amanhecer”
Beatrice Braune – “Hans”
Beatriz Viégas-Faria – “Conto em gotas, em suspensão, granulado”
David Coimbra – “Aquela noite, naquele bar”
Fábio Lucas – “A festa do Poço”
Ivette Brandalise – “A descoberta”
Ivo Bender – “Campos de Santa Maria do Egito”
Jacob Klintowitz – “A história do dr. Samuel”
Júlio Conte – “Nascimento de uma pedra, o conto”
Liberato Vieira da Cunha – “Do objeto indireto”
Marcelo Backes – “A história do Toz”
Miguel Casella da Costa Franco – “Nunca é dia de perder”
Nilson Luiz May – “Vidas contra a corrente”
Patsy Cecato – “Entre as orquídeas do delegado”
Renato Pereira – “O corno e o lixeiro”
Sérgio da Costa Franco – “Último páreo”
Sérgio de Castro Pinto – “Cantilena”
Tarso Genro – “O segundo filho de Trotsky”
Valesca de Assis – “Aos pombos, aos pombos”