Em 22 de novembro de 1910, tiros de canhões sacudiram a cidade do Rio de Janeiro. Estilhaços de vidraças espatifaram-se no chão. Habitués da Avenida Central correram apavorados em direções diferentes. Um automóvel desgovernado subiu na calçada. Ouviu-se ruído de ferro contra ferro. Era o início da "Revolta da Chibata", extraordinário acontecimento político e social que agora, cem anos depois, Alcy Cheuiche narra em João Cândido, o almirante negro. O personagem que dá nome ao livro foi o líder deste movimento, um marinheiro negro que nasceu filho de escravos, em 1880, e morreu como pária, em 1969, no auge da repressão da ditadura militar. Aqui, Alcy Cheuiche dedica sua obra a todos que ajudaram a tirar o Almirante Negro da sua última masmorra, o esquecimento.
"À presença de fatos como este, só o que sinto no mais íntimo da minha alma é a miséria da linguagem humana, esgotada, gasta, já sem serventia para servir de látego sobre a cabeça de criminosos desta categoria e desta monstruosidade." Escreveu Rui Barbosa sobre o assassinato de marinheiros, prostitutas, marginais e trabalhadores após a "Revolta da Chibata".
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