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CORRESPONDÊNCIA DE ARTHUR RIMBAUD - Arthur Rimbaud

CORRESPONDÊNCIA DE ARTHUR RIMBAUD

Sobre Jean-Nicolas-Arthur Rimbaud há toda uma legenda e uma mistificação criada a partir das circunstâncias de sua própria vida; estranha, contraditória, desregrada. Uma vida marcada por viagens, fugas, e sobre a qual pairam até hoje hiatos, sombras e dúvidas que seus obstinados biógrafos, espalhados por todo o mundo, não conseguem decifrar. Estas cartas, que a L&PM publica em sua coleção REBELDES & MALDITOS, são ferramenta fundamental na compreensão da vida e também da obra de Rimbaud. Foi realizado um trabalho cuidadoso de seleção da sua correspondência, cujo critério maior foi dar ao leitor brasileiro uma visão geral da vida do poeta e dos fatos marcantes que determinaram sua obra e, depois, sua incrível aventura africana. Portanto, temos três partes distintas; as primeiras cartas, o dramático e rumoroso "affaire" com o poeta Paul Verlaine e por fim as chamadas "cartas abissínias", cuja seqüência termina em Marselha, com a morte sofrida do poeta. Não estranhe o leitor se, a partir dos 18 anos, não encontrar em suas cartas nenhuma menção à literatura. Com sua obra toda escrita até esta idade, Arthur Rimbaud, por razões que se pode apenas supor, renunciou completamente à vida literária e passou a levar uma existência errante, aventureira, de sofrimentos sem fim pelas remotas terras da Abissínia e da África em geral, pois eram muito raros os mercadores que por lá se aventuravam a enfrentar os imensos perigos e o desconhecido que significava a África daquele tempo. Lá, Rimbaud passou uma existência atroz a juntar dinheiro obsessivamente, negando-se até mesmo – como aconteceu no fim da sua vida – a identificar-se como poeta para alguns poucos europeus que, na África, perguntavam-lhe se ele era "parente" do poeta francês; ele dizia sistematicamente: "nunca ouvi falar desta pessoa". Estas cartas têm a eloqüência de uma biografia, trazendo, evidentemente, em algumas partes a marca do "filtro" da família que foi a responsável pela liberação de boa parte desta correspondência. De qualquer forma é um documento rico, emocionado e emocionante. Aqui estão os primeiros passos do poeta na vida literária, o acompanhamento da construção da sua pequena, porém monumental obra composta fundamentalmente por Uma Estadia no Inferno e Iluminações; encontraremos o seu tumultuado e violento relacionamento com Verlaine, a sua trajetória africana, o início da sua doença, os sacrifícios, as lamentações do poeta e, por fim, o relato patético e emocionado da irmã Isabelle, que o acompanhou na sua agonia, quando já em Marselha, com uma perna mutilada, com o corpo todo paralisado pela doença, veio a morrer aos 36 anos, no dia 10 de novembro de 1891. Apresentando as cartas de Rimbaud, há uma bela introdução biográfica de Ivo Barroso, autor da preciosa tradução brasileira, bilíngüe, de Une Saison en Enfer (Uma Estadia no Inferno), publicada pela Civilização Brasileira, a quem agradecemos a permissão para inclusão nesta Correspondência de Arthur Rimbaud.

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Informações Gerais

  • Título:

    CORRESPONDÊNCIA DE ARTHUR RIMBAUD

  • Catálogo:
    Outros Formatos
  • Gênero:
    Correspondência
  • Cód.Barras:
    9788525403537

Vida & Obra

Arthur Rimbaud

Vinicius de Moraes me disse: “O maior de todos é Rimbaud.” E Vinicius tinha lido tudo, e lido como grande poeta, sabia do que estava falando.

Podem se preferir outros, mas interessa saber por que Vinicius achava isso. Sem dúvida por Rimbaud atingir em geral com imediata facilida­de o lirismo, a metáfora, o real, o patos, além de não temer se expor, revelando uma angús­tia, uma dor, um grito, uma violência rara­men­te expressos com tanto vigor e comu...

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