Henriqueta e Armanda são as duas filhas de Filomena e Crisaldo, um nobre da alta sociedade parisiense. Filomena deslumbrara-se com o mundo das letras e da filosofia a ponto de querer casar Henriqueta com Tremembó, um oportunista que visa conseguir, através de seus versos, a mão e o dote de uma das moças. Mas Henriqueta – ao contrário de sua irmã – não se sensibiliza com floreios e vã metafísica, preferindo como noivo Cristóvão, um jovem desprezado por Armanda devido à sua simplicidade intelectual. Com esta trama, Molière – o maior comediante do teatro moderno – esmiúça a hipocrisia, a crueldade e outras fraquezas humanas.
Mais de três séculos após sua primeira apresentação, ocorrida em 1762, As eruditas continua ágil e pertinente. Os personagens – o marido intimidado pela mulher, a socialite deslumbrada com uma pretensa vida cultural, um oportunista que semeia sua oca erudição para uma platéia fácil, entre outros – nada perderam de vitalidade, e os seus diálogos permanecem tão mordazes quanto engraçados. Também nesta obra, Molière conseguiu levar a reflexão de temas universais a graus até então só atingidos por peças trágicas – mostrando que o humor é parte, e não adversário, da inteligência.
Esta tradução e adaptação de Millôr Fernandes preserva os versos rimados do texto em francês, bem como a ironia, a coloquialidade e a comicidade originais, e faz justiça ao gênio de Molière.
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