O mais libertário dos românticos brasileiros
Antônio de Castro Alves (1847-1871) foi o último e o maior enfant terrible do Romantismo brasileiro. Filho de médico, cursou a faculdade de Direito, em Recife, como tantos outros poetas da chamada terceira geração romântica. É o mais libertário dos românticos, em mais de um sentido da palavra: estudante, se engajou na causa liberal-abolicionista, exprimindo suas ideias também nos versos (vide Navio negreiro); partilhava dos ideais democráticos; em seus poemas tratou com clareza, franqueza e desenvoltura até então inéditas na literatura brasileira o desejo carnal e os encantos da mulher amada. Oriundo da pequena burguesia emergente, em meio ao crescimento da cultura urbana brasileira e à crise do Brasil rural, Castro Alves fez diferente de alguns de seus pares: desprovido de tendência escapista-bucólica e imbuído de corajoso otimismo, entusiasmou-se com o progresso civilizatório.
Espumas flutuantes (1870) é o único livro publicado durante a vida do autor. Castro Alves morreu em Salvador, em 1871, de tuberculose, aos 24 anos de idade.
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