Quem não leu Misto-Quente não leu Bukowski
O que pode ser pior do que crescer nos Estados Unidos da recessão pós-1929? Ser pobre, de origem alemã, ter muitas espinhas, um pai autoritário beirando a psicopatia, uma mãe passiva e ignorante, nenhuma namorada e, pela frente, apenas a perspectiva de servir de mão-de-obra barata em um mundo cada vez menos propício às pessoas sensíveis e problemáticas. Esta é a história de Henry Chinaski, o protagonista deste romance que é sem dúvida uma das obras mais comoventes e mais lidas de Charles Bukowski (1920-1994).
Verdadeiro romance de formação com toques autobiográficos, Misto-quente (publicado originalmente em 1982) cativa o leitor pela sinceridade e aparente simplicidade com que a história é contada. Estão presentes a ânsia pela dignidade, a busca vã pela verdade e pela liberdade, trabalhadas de tal forma que fazem deste livro um dos melhores romances norte-americanos da segunda metade do século XX. Apesar de ser o quarto romance dos seis que o autor escreveu e de ter sido lançado quando ele já contava mais de sessenta anos, Misto-quente ilumina toda a obra de Bukowski. Pode-se dizer: quem não leu Misto-quente, não leu Bukowski.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Leia nossa política de privacidade
Opinião do Leitor
André Bury
São Bernardo do Campo
Misto Quente é um livro que me chamou a atenção para o escrever. Ele mesmo (Charles) fala que após as surras retratadas no livro, após o corte da grama, após fazer coisas que seus pais não achavam cabíveis para a moral da época, após as conversas na mesa de jantar, o escrever aparece para ele como a única forma de lidar com o mundo. A forma única de escrever sobre sua vida só é possível a ele, pois conviveu na pele com a hipocrisia de seus pais e de alunos das escolas que frequentou. É incrível como uma obra de linguagem simples pode ficar na história da literatura como um dos maiores clássicos.
15/01/2013 10:59:18
Agatha
Marília
Pernambuco
Misto Quente é uma mistura de realidade e sonhos, fatos difíceis de acreditar, mas que olhando direitinho é a realidade nua e crua.
Muito bom do começo ao fim!
15/01/2013 10:57:30