Martine e Louise Fokkens, gêmeas idênticas, acumularam, juntas, mais de cem anos de prostituição no bairro da Luz Vermelha de Amsterdã, mundialmente célebre pelas mulheres em suas vitrines. Neste livro honesto e direto, elas partilham suas vidas e experiências, e, sempre com bom humor, desmistificam a profissão mais antiga do mundo.
As garotas da vitrine Martine e Louise Fokkens, gêmeas idênticas nascidas na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, tornaram-se, ao longo de mais de 50 anos como prostitutas na capital do país, verdadeiros ícones do De Wallen – o famoso bairro da Luz Vermelha de Amsterdã.Com roupas sempre combinando entre si (compram tudo duplo), passaram a ser conhecidas dos moradores e comerciantes das redondezas: Louise, impetuosa e extrovertida; Martine, calma e tranquila; ambas têm filhos, além de serem avós e até bisavós.
Prostituíram-se (Louise primeiro) por volta dos 20 anos, quando já eram mães, incentivadas pelos maridos e pressionadas por necessidades financeiras. Aos poucos, livraram-se dos companheiros exploradores e dos cafetões e abriram seu próprio e pequeno bordel. Foram décadas de trabalho, de esforço para criar os filhos, de camaradagem com a gente do bairro, de personagens e clientes inusitados, mas também de mudanças: Louise e Martine testemunharam a chegada de prostitutas do Leste Europeu, o recrudescimento da violência e do uso de drogas, a legalização da prostituição na Holanda e, mais recentemente, asconsequências das novas tecnologias, que criaram vários tipos de concorrência à boa e velha vitrine.
As irmãs tornaram-se mundialmente conhecidas já com mais de 70 anos: ao serem procuradas por uma equipe que pesquisava sobre o célebre bairro, acabaram se tornando as personagens principais do documentário Meet the Fokkens (2011), dirigido por Gabrielle Provaas e Rob Schröder.
Este livro, publicado no mesmo ano, alterna relatos curtos de ambas, sobre o passado e o presente, sobre suas vidas pessoais e sobre os clientes e outras pessoas que conheceram nesses anos todos, e amplia a percepção desse mundo tão peculiar e pitoresco da prostituição tal como a vivenciaram. O trunfo de As senhoritas de Amsterdã está em sua franqueza singela:
sem exageros, dramas ou glamorização, o que vemos são vidas de gente como a gente – tudo regado a curiosidades interessantes e muito, mas muito humor.
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