Este livro é uma seleção de textos, tiras e charges produzidas por Iotti nestes vinte anos de atuação ininterrupta na imprensa. Os textos, em sua maioria, são escritos segundo o linguajar corrente dos descendentes de italianos que colonizaram e trouxeram a prosperidade a serra gaúcha; o sotacón. Iotti nasceu em 1964 e desde 1981 publica regularmente na imprensa brasileira. Desenhista e jornalista formado pela Universidade Federal do RGS, trabalhou nos principais órgãos de imprensa do Estado, mantendo espaço diário nos jornais Zero Hora e O Pioneiro. Publica ainda "O Gibizón do Radicci" e mantém programas na rádio Atlântida em Caxias do Sul e participação especial no Show dos Esportes da Rádio Gaúcha em Porto Alegre.
IOTTI FALA DE RADICCI
"Radicci foi criado em 1983. Não que eu seja velho, comecei muito cedo. Sou do signo de peixes, lua em peixes e ascendente em peixes, não que isso lá tenha alguma coisa a ver. Tem pessoas que ficam abismadas ao saber disso. Vai saber...
Radicci foi criado pra ser uma espécie de síntese do nosso colono italiano em uma época que ser colono era uma vergonha. É um anti-herói, gordinho, baixinho, careca e peidorreiro, amante do vinho e do ócio, bem diferente do imigrante pintado e cantado pela história oficial.
A sua mulher, Genoveva, é a Mamma, figura centralizadora e obstáculo entre o Radicci e um garrafão de vinho. Uma espécie de Pentágono, também sujeita a ataques terroristas do marido. Desta simbiose não muito harmônica surge Guilhermino, o filho. Vive em conflito com o pai por diversos motivos. Suas posições políticas vão do vermelho Che Guevara ao verde maconha, deixando seu pai, fã de Benito Mussolini, roxo de raiva. Roqueiro e ecologista, sempre sujeito aos tiros do pai caçador. Pra completar, tem o Nôno, patriarca sabe-se lá de quem? Elo de ligação entre o passado e o presente, ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, foi piloto de caça. Só não lembra para qual lado. Detalhes...
Tudo isso escrito em uma nova linguagem. O sotacón é a transposição da fonética para a grafia do "zeito" que as pessoas da Serra Gaúcha falam. Não é português, não é italiano, não é dialeto, é uma nova língua, o sotacón. Porco Zio!"
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Opinião do Leitor
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