O gato é o belíssimo diabo
“As observações [de Bukowski] são muito originais, às vezes hilárias e, no geral, brilhantes."
San Francisco Book Review
Charles Bukowski, o poeta da sarjeta e da ressaca, o romancista do desencanto do sonho americano, quem diria, tinha um fraco por bichanos peludos e ronronantes. Principalmente na velhice, tornou-se sentimental com os felinos, que considerava criaturas majestosas, potentes e inescrutáveis, seres sensíveis cujo olhar inquietante pode penetrar as profundezas da alma. Eram, para ele, forças únicas da natureza, emissários sutis da beleza e do amor.
Abel Debritto, biógrafo do autor que editou duas outras coletâneas temáticas, Sobre o amor e Escrever para não enlouquecer, reuniu aqui poemas e textos em prosa inéditos contendo reflexões sobre os animais que tanto fascínio e respeito provocavam em Bukowski. Se o personagem Henry Chinaski era seu alterego, os gatos são seu alterego de quatro patas. Pois, ao discorrer sobre gatos – vagabundos, lutadores, caçadores e sobreviventes –, o Velho Safado fala, na verdade, sobre seu melhor assunto: ele próprio.
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