Rebeldes, místicos, religiosos e geniais
A Geração Beat, de um pequeno grupo de poetas e escritores ditos marginais surgido nos Estados Unidos da década de 1950, se consolidou em um movimento que deixou como herança um rastro permanente na cultura e sociedade, rejeitando os padrões burgueses – artísticos e comportamentais – do american way of life pós-Segunda Guerra Mundial.
A literatura e a cultura em geral nunca mais seriam as mesmas depois do americaníssimo On the Road de Jack Kerouac, dos poemas de Lawrence Ferlinghetti e de Allen Ginsberg.
A contracultura esteve quase sempre imbuída de uma pluralidade não apenas política e literária, mas também religiosa, que não pode deixar de ser associada ao perfil de seus integrantes. Os beats não se limitaram a recuperar e reviver mitos arcaicos: criaram um novo mito. Um mito autorreferente, tendo como um dos alicerces o misticismo. A rejeição aos padrões tradicionais, as inovações de estilo, a experiência com drogas em busca da sublimação espiritual e o interesse pela religião oriental foram o estopim e um dos grandes diferenciais desse movimento fundador.
Em Os rebeldes, Willer aborda a dimensão mística e revela a história desses personagens-personalidades que transcenderam os próprios limites e os de sua época. Inspirados nos escritos de William Blake, Arthur Rimbaud e W.B. Yeats, os beats fundamentaram sua ideologia em tradições religiosas as mais variadas e assim constituíram a base para uma nova filosofia de vida e de arte, além de abrir mil e uma estradas
que não cessam de ser percorridas, uma geração após a outra.
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