Em O crepúsculo da arrogância, Sergio Faraco relata a combinação de erros, pretensão, arrogância e desinformação que resultou na tragédia mais improvável do início do século XX: o naufrágio do Titanic. O livro começa quando se inaugura a era dos vapores oceânicos, no primeiro quarto do século XIX. Trata em seguida dos planos de expansão da White Star Line, da construção do Titanic – resultado da mais recente tecnologia aliada à lendária reputação britânica de dominadora dos oceanos – e dos preparativos para a viagem inaugural.
Após descrever a partida do Titanic para Nova York em 10 de abril de 1912, o autor – que consultou, inclusive, os registros dos inquéritos de 1912 sobre as causas do desastre, com extensos e minuciosos depoimentos dos sobreviventes – reconstitui minuto a minuto os acontecimentos de 14 para 15 de abril: a colisão com o iceberg, o arriamento dos botes salva-vidas, o naufrágio e também o que ocorreu nos dias seguintes, no mar e em Nova York.
O depoimento dos passageiros e tripulantes sobre o que realmente aconteceu naquela noite ajuda a entender a dimensão do desastre. Relatos como o de Violet, camareira do transatlântico, traduzem o clima de desinformação que tomou conta do navio. Ela lembra que primeiro sentiu um ruído baixo de algo se partindo, rasgando-se. Logo depois o navio tremeu levemente e o som dos seus motores cessou. Violet também relata que um silêncio mortal se fez presente por um minuto, mas que em seguida portas começaram a se abrir e ouviam-se vozes indagando por todos os lados. O norte-americano Washington Dodge, passageiro da Primeira Classe, conta que após os motores pararem deixou a cabine e foi verificar o que estava acontecendo. Um tripulante que passava apressado lhe garantiu então que não era nada sério, provavelmente uma avaria nas hélices.
O crepúsculo da arrogância apresenta ainda um completo apêndice, com tabelas que mostram a velocidade dos navios da época e documentos que revelam a identidade dos sobreviventes, barco a barco. Para os curiosos, Faraco reserva as receitas dos pratos do último jantar da primeira classe, além da filmografia do Titanic e de um levantamento sobre tudo aquilo que se relacionou com o navio entre 1912 e 2004.
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Opinião do Leitor
helena
garibaldi/rs
Li e reli, varias vezes o livro:ele nos causa horror, por que parece que tudo esta acontecendo naquele momento.Muito bom o livro , eu recomendo.
20/10/2013