Um romance trágico sobre a juventude e a paixão
A literatura alemã divide-se em antes e depois de Os sofrimentos do jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832). Publicado anonimamente em 1774, o romance epistolar foi inspirado em fatos da vida do autor, que então contava 24 anos e escrevera a obra em poucas semanas. Com Werther, Goethe, então parte do movimento literário protorromântico Sturm und Drang (“tempestade e ímpeto”), alcançou sucesso imediato e, de quebra, deu início à prosa moderna na Alemanha.
O romance conta a história de Werther, um jovem aspirante a artista que, em cartas a seu amigo Wilhelm, relata sua estada no vilarejo rural de Wahlheim, onde é cativado pela vida simples dos camponeses. Lá ele conhece a bela Charlotte, por quem se apaixona perdidamente – mas a jovem já está comprometida com um homem bem mais velho que Werther.
Não se trata, simplesmente, de um romance em cartas como A nova Heloísa de Rousseau ou Pamela de Richardson. Esta que é uma das mais conhecidas obras de Goethe é o romance de uma alma, um refinado relato de uma deterioração psicológica. Trágica e arrebatadora, é a história de uma paixão devastadora. Com enorme repercussão quando de seu lançamento, Werther foi testemunho do poder de a literatura agir na sociedade: não foram poucos os suicídios atribuídos à leitura do romance. Tendo influenciado toda a literatura posterior, hoje a prosa goethiana segue impressionante em sua capacidade de representar o indivíduo internamente dilacerado.
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