Bem mais que um clássico infantojuvenil
Selvas, planícies, mares – são alguns dos cenários dos sete contos que formam este volume. Mas não é à toa que chama-se Livro da selva – pois “selvagem” é o adjetivo que dá o tom de todos os textos, que retratam a vida livre e indômita de personagens que vão de meninos criados por lobos a outros animais, em oposição à civilização humana.
Embora Rudyard Kipling (1865-1936) nunca tenha estado nas selvas indianas, suas narrativas e descrições são vívidas e deliciosas, e os confrontos e diálogos retratados fazem destas histórias aventuras perfeitas. Se por um lado a trajetória de Mogli – o menino lobo que é a maior criação do autor – tem um aspecto edificante (pois ele cresce e se depara com o dilema de ter de abandonar a vida selvagem para se juntar à civilização dos homens, inimigos dos animais), por outro lado, Kipling mostrou uma sensibilidade à frente do seu tempo ao comparar a infância com a vida selvagem, numa época em que a psicologia infantil ainda era incipiente.
Histórias do Livro da selva foram inúmeras vezes adaptadas para quadrinhos, teatro e cinema, mas a mais célebre de todas as versões foi Mogli, o menino lobo, dos estúdios Disney. O longa de 1967 – última produção a ser supervisionada pessoalmente por Walt Disney, antes de sua morte – foi lançado com imenso sucesso de público e conquista espectadores até hoje.
Mas engana-se redondamente quem pensa que este é um “livro para a juventude”: nada poderia ser mais redutor. Se estamos diante de um livro de aventura para crianças, é para a criança que vive dentro de cada leitor.
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