Muito se fala na semelhança entre a figura do romancista e de Deus, ambos criadores de universos, ambos cientes do destino que espera suas criaturas. Nancy Huston leva essa idéia às últimas conseqüências em Dolce agonia, romance no qual repete o virtuosismo narrativo de Marcas de nascença.
Em uma cidade universitária da Nova Inglaterra, Sean Farrell, um poeta alcoólatra de meia-idade, de temperamento tão difícil quanto cativante, convida os amigos mais próximos para um jantar no dia de Ação de Graças. A iniciativa não lhe é característica, mas ele tem um motivo especial. Os eleitos a participarem dessa inusitada versão da Santa Ceia são colegas acadêmicos e escritores, ex-amantes, maridos e esposas, quase todos na meia-idade ou além, e um bebê, que inspira a todos um sopro de vida.
Em meio ao branco da gelada paisagem invernal, isolados do mundo, eles comem, bebem, riem e discutem, trocam calor humano, relembram episódios pungentes e maravilhosos de suas vidas e de suas amizades. Enquanto isso, a magistral arte narrativa de Nancy Huston nos permite um vislumbre dos sentimentos e da memória de cada um dos doze comensais: sua raiva, sua angústia, seus mais inconfessáveis medos, segredos e verdades.
Aguçando a curiosidade do leitor a cada linha, Nancy Huston aborda, de forma novíssima e revigorante, temas como a doença, a morte, a decrepitude, a fugacidade da vida, e faz uma verdadeira celebração a tudo que redime o comezinho da existência humana: o amor, a amizade, a compaixão e a alegria de se estar vivo.
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