O folclore brasileiro é conhecido por sua riqueza e diversidade. Bebendo em fontes indígenas, africanas e europeias, reúne histórias transmitidas oralmente por séculos a fio, recontadas à sua maneira por cada por cada narrador. A.S.Franchini conta sua versão de algumas das mais emocionantes histórias do folclore nativo, nas quais o fantástico e o popular se unem para recriar antigos relatos sobre a formação dos povos e do território brasileiro.
Algumas das mais famosas lendas indígenas, além de pitorescos contos populares e também monstruosas criaturas que povoam nosso imaginário dão vida às 100 melhores lendas do folclore brasileiro. Nas duas primeiras partes, há relatos de tempos imemoriais, como "O surgimento da noite" e "O batismo das estrelas", sobre a criação do mundo; há também contos bastante conhecidos, como a fábula do coelho e da tartaruga e "O negrinho do pastoreio".
Já a última parte é dedicada a perfis de seres muitas vezes assustadores, como a Mula sem Cabeça, a Cuva, e o Chupa-Cabra; clássicos como o Saci Pererê e o Lobisomem e outros menos difundidos como o Gorjala, o Carbúnculo e o Anhangá, entre outras misteriosas criaturas. A.S.Franchini, ao contar essas lendas, faz uma viagem pelo mundo do fabuloso e do onírico, recuperando histórias que fazem parte do grande repertório cultural que são as narrativas orais e folclóricas.
Veja um trecho de Como surgiu o Oiapoque
"Tudo começou num tempo muito antigo, quando a fome e a doença estavam afligindo a aldeia dos oiampis. Tarumã, uma bela índia, estava grávida e decidiu procurar um lugar livre da moléstia e da penúria para criar seu filho. Com a barriga pesada, a pequena índia começou a peregrinar solitária pela mata, mas passados alguns dias sentiu que não teria mais forças para ir a lugar algum.
- Ó, Tupã, não posso mais dar um passo e morrerei com meu filho no ventre! - exclamou ela, sozinha, esfomeada no meio da mata.
Então Tupã, apiedado, transformou-a numa enorme cobra.
Tarumã, convertida nessa cobra, encontrou forças para seguir adiante, levando sempre o filho no ventre, até que, um dia, encontrou um lugar aprazível, onde havia água e terra boa para plantar.
- Aqui haveremos rodos de viver! - disse ela, pensando em retornar às pressas para avisar a gente de sua aldeia.
Antes de retornar, porém, ela deu à luz uma menina. "
Esta obra recebeu o Selo Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) 2012, categoria Reconto.
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Opinião do Leitor
Moniswe
São paulo
O livro é muito bom! Estou lendo todos os dias.
21/05/2014 14:22:35