Originalmente escrito em francês pelo médico D. T. Bienville, A ninfomania ou tratado sobre o furor uterino foi publicado pela primeira vez em italiano, na Veneza de 1786. Foi levado ao público como um tratado médico que visava a informação acerca do corpo da mulher, as causas e efeitos do chamado furor uterino, maneiras de combater o mal e receitas medicamentosas, em uma época em que nem de longe a sexualidade feminina era reconhecida. Entretanto, o texto de Bienville equilibra-se sobre uma sutil ambigüidade: se por um lado tem intenção científica, por trás da qual se esconde uma moral pudica (fala da ninfomania como uma "miséria que humilha, atormenta e degrada"), por outro, acabou por funcionar como um tratado e obra literária libertina, que celebra, nas entrelinhas, a sexualidade e a fisiologia do sexo frágil.
Bienville, embora erudito, não era desprovido de humor, espírito ou curiosidade, como se pode ver no capítulo "Observações sobre a imaginação relacionada à ninfomania". Por vias tortas ou não, ele passou à história por ter pousado a pedra fundamental do edifício penosamente construído (e talvez ainda em construção) do conhecimento acerca do corpo e sexualidade feminina.
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