Anna Akhmátova
Nasceu em Odessa, Ucrânia, com o nome Anna Gorenko, em 23 de junho de 1889. Cedo se interessou pela poesia, paixão que o pai não apoiava e que a obrigou a adotar o pseudónimo Anna Akhmátova (apelido da bisavó materna). Em 1907, ingressou na escola de Direito em Kiev e, em 1910, casou-se com o poeta e crítico Nikolai Gumliev.
Em 1912, nasceu Lev, filho do casal, mesma data em que Anna publicou o seu primeiro livro, o que lhe abriu as portas para a cena literária de São Petersburgo. Akhmátova tornou-se, em conjunto com Gumliev, líder do Acmeismo – movimento literário russo que, em oposição ao Simbolismo, defendia o verso lúcido e cuidadosamente construído.
Em 1918, a poeta divorciou-se de Gumliev, voltando a casar-se por duas vezes, primeiro com Vladimir Shileiko e depois com Nikolai Punin.
Em 1921, após o assassinato de Gumliev pelos bolcheviques, as oportunidades de publicação escassearam para Akhmátova (dada a ligação que mantinha com Gumliev), o que fez com que se dedicasse à crítica literária de autores como Púchkin e à tradução. A mudança da situação política permitiu a entrada de Akhmátova no Sindicato de Escritores. No entanto, o agravamento da 2ª Guerra Mundial levou à sua expulsão do Sindicato, bem como à banição oficial da sua poesia. Morreu em Leninegrado, cidade onde viveu grande parte da sua vida, em 1966.
Entre os seus trabalhos mais aclamados encontra-se Réquiem, uma reação ao período de terror stalinista. Na área da tradução, Akhmátova trabalhou autores como Victor Hugo, Rabindranath Tagore e Giacomo Leopardi.
Da poeta, a Coleção L&PM Pocket publicou Antologia poética, obra que reúne as mais importantes criações de Anna, incluindo "Poema sem herói", que ela considerava o coroamento de sua obra.
Ferdinand
Fortaleza/CE
Anna Akhmatova é leitura obrigatória para quem ama a boa poesia. Junto com Pasternak, Tsvetaeva e Mandelstam, forma o grupo que ficou conhecido como os maiores da poesia russa do século XX, maiores inclusive que os propagandistas oficiais do regime, poetas de mãos sujas de sangue, aliados de carrascos e estupradores. Não direi seus nomes aqui, mas ainda são infelizmente muito queridos e considerados em nosso país.
13/05/2016