J.M. Barrie
James Matthew Barrie nasceu em Kirriemuir, na Escócia, em 1860, o nono entre os dez filhos do casal David e Margaret. Aos sete anos sofreu um trauma muito forte com a morte do seu irmão David e a decorrente depressão da mãe. Quando completou treze anos, foi estudar na Glasgow Academy e, posteriormente, na Dumfries Academy, onde entrou em contato com os clássicos da literatura, antes de ingressar na Universidade de Edimburgo. Durante o período universitário, tornou-se crítico de teatro e passou a fazer parte de um grupo de debates, experiência que o ajudou a superar a timidez. Graduou-se em 1882 e três anos depois, após um breve período escrevendo para o Nottingham Journal, mudou-se para Londres, onde passou a publicar artigos e contos, sempre carregados de humor.
O reconhecimento veio com Auld Licht Idyllis (1888), uma coletânea de esquetes sobre a Escócia rural no início do século XIX. Seu primeiro romance, The Little Minister (1891), foi bem acolhido pela crítica e pelo público, assim como sua adaptação para os palcos em 1897.
Em 1894 casou-se com a atriz Mary Ansell, que atuara em uma de suas peças. Eles se divorciaram em 1909, após o caso de Mary com o dramaturgo Gilbert Cannan vir à tona. Mesmo durante o casamento, Barrie manteve uma relação próxima com Sylvia Llewellyn Davies, cujos cinco filhos lhe serviriam de fonte de inspiração. (Depois da morte de Sylvia, o “Tio Jim” se tornaria o tutor das crianças.)
No ano de 1896, Barrie produziu dois trabalhos importantes: Margaret Ogilvy, a biografia de sua mãe, e Sentimental Tommy, um romance que, assim como o seguinte, Tommy and Grizel (1900), antecipou o seu mais famoso personagem, Peter Pan. O menino que não queria crescer apareceu também em alguns capítulos do romance The Little White Bird (1902). Já a peça Peter Pan, or The Boy Who Would Not Grow Up estreou em Londres em 27 de dezembro de 1904 e foi um sucesso imediato. Barrie posteriormente publicou o trecho de Little White Bird dedicado a Peter Pan em um volume intitulado Peter Pan em Kensington Gardens, em 1906, e depois transformou aquela peça num romance, Peter and Wendy, em 1911.
Seus últimos trabalhos incluem as peças Dear Brutus (1917), Mary Rose (1920) e The Boy David (1936). J. M. Barrie, contemporâneo e amigo de Arthur Conan Doyle e H. G. Wells, morreu em decorrência de uma pneumonia em 1937.
Leila Sá Peixoto
Itaipava - RJ
Absurdamente triste sua história de vida, trajetória fantasiosa, alma pura, doce... Na verdade, o Peter Pan que ele imaginou no pequeno Peter, filho de Sílvia, era ele mesmo... Que parou de crescer quando seu irmão morreu. Dessas almas brilhantes, imensas, coloridas e criativas que nos entristece por ter sofrido tantas perdas, nos levando às lágrimas, quase um século depois de sua morte.
04/07/2012