Vida & Obra


Eça de Queiroz

 Eça de Queiroz nasceu em 25 de novembro de 1845 em Póvoa de Varzim, Portugal. Formado pela Universidade de Coimbra em 1866, dois anos depois se estabeleceu como advogado em Lisboa. Em 1869, em companhia do conde de Resende, vai para a Palestina e depois para o Egito, a fim de fazer a reportagem da inauguração do Canal de Suez. Dessa viagem surge a inspiração para A Relíquia e O Egito. Em 1870, é aprovado em concurso para a carreira diplomática e em 1872 é nomeado cônsul em Havana, Cuba. Em 1884, é transferido para a Inglaterra e em 1888 vai servir em Paris, onde morre em 16 de agosto de 1900.
Eça foi o único romancista português do século XIX a conquistar fama internacional, no nível dos grandes escrito­res realistas como Flaubert e Zola. Sua herança como escritor é enorme, e sua obra é definitivamente brilhante. Picaresco, irônico, criticava com sarcasmo e elegância (característica primeira dos seus escritos) o provincianismo de uma pequena burguesia atormentada por preconceitos e hipocrisias. Escreveu uma vasta obra, onde se destacam clássicos como O crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, Os Maias, A ilustre casa de Ramires, A cidade e as serras, Alves & Cia, O mandarim, A relíquia, todos publicados pela coleção L&PM POCKET.

Cronologia biobliográfica de Eça de Queiroz:


1845 – José Maria Eça de Queiroz nasce em Póvoa de Varzim em 25 de novembro, filho do Dr. José Maria Teixeira de Queiroz e de Dona Carolina Augusta Pereira d’Eça. É registrado como “filho natural”, já que os pais casam-se somente quatro anos após seu nascimento. Com essa desavença paterna (há controvérsias quanto à razão do afastamento de pai e mãe) é criado inicialmente pela madrinha e ama Ana Joaquina Leal de Barros, que morre em 1851. Com a morte da madrinha, passa a ser criado pelos avós paternos. Seu avô morre em seguida e a avó Joaquina Teodora de Queiroz (que assumiu sua educação) morre em 1855, deixando em testamento expresso recursos ao pequeno José Maria que garantiram sua subsistência e educação.
1855 – Morte da avó. Ingressa no Colégio da Lapa em Lisboa.
1861 – Matricula-se na Faculdade de Direito do Porto.
1865 – Atua no teatro acadêmico.
1866 – Forma-se em Direito e instala-se em Lisboa na casa dos pais. Começa a colaborar com a Gazeta de Portugal em folhetins que mais tarde serão reunidos e publicados sob o título geral de Prosas bárbaras.
1867 – Inicia o ano em Évora onde trabalha como advogado enquanto dirige o jornal político Distrito de Évora. Participa do Cenáculo, grupo de intelectuais dirigido por Antero de Quental.
1869 – Aparecem pela primeira vez na imprensa lisboeta os versos do poeta Carlos Fradique Mendes, uma brincadeira inventada por Eça, Antero de Quental e Batalha dos Reis, todos membros do Cenáculo. Nesse mesmo ano, em outubro, segue para o Oriente com o conde de Resende para assistir à inauguração do Canal de Suez. Visita todo o Oriente Médio.
1870 – Chega a Lisboa em janeiro e publica quatro grandes reportagens no Diário de Notícias com o título de De Port Said a Suez. Com a colaboração de Ramalho Ortigão escreve e publica o romance O mistério da estrada de Sintra.Faz exame para cônsul de primeira classe. É aprovado em primeiro lugar, mas não é nomeado. Primeiro número das Farpas, folhetim de crítica e literatura escrito por Eça e Ramalho Ortigão. Participa das Conferências Democráticas no Cassino de Lisboa (mais tarde proibidas pelo governo), onde faz a conferência A nova literatura: o Realismo como nova expressão da Arte.
1872 – É nomeado cônsul de primeira classe em Havana.
1873 – Afasta-se em licença de Havana e parte para os Estados Unidos e Canadá.
1874 – É transferido para Londres.
1875 – Publica O crime do Padre Amarona Revista Ocidental, dirigida por Antero de Quental e Batalha dos Reis.
1876 – Primeira edição em livro de O crime do Padre Amaro.
1877 – São publicados no jornal Actualidade textos que mais tarde foram reunidos e publicados em livro sob o título de Cartas de Londres.
1878 – É transferido para Bristol. Publica O Primo Basílio.Manda para seu editor o livroO conde de Abranhos,publicado somente após a sua morte.
1880 – Começa a colaborarna Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, colaboração que se estenderia (com interrupções) até 1897. É publicado em livro O mandarim(escrito na França), depois de sair em folhetim (em 12 capítulos) no jornal Diário de Portugal.
1885 – Visita Émile Zola em Paris. Pede a mão de Emília de Castro a sua mãe condessa de Resende.
1886 – Casa com Emília, filha dos condes de Resende.
1887 – Publica A Relíquia.Nasce Maria, a primeira filha.
1888 –  É nomeado cônsul em Paris. Lança Os Maias.Começa a ser publicada a Correspondência de Fradique Mendes no jornal O Repórter. Nasce seu segundo filho, José Maria.
1889 – Nasce o terceiro filho, Antonio.
1890 – Nasce Alberto, o filho caçula.
1891 – Sai a tradução de Eça do romance de H. R. Haggard, As minas de Salomão.
1897 – Começa a ser publicada desde Paris a Revista Moderna onde aparecem os primeiros capítulos de A ilustre casa de Rami­res.
1899 – Eça pronuncia-se contra a condenação de Dreyfus em carta a Domício da Gama.
1900 – Morre em sua casa em Neuilly em 16 de agosto, depois de longa doença. Publicação de edições revistas de A ilustre casa de Ramires e Correspondência de Fradique Mendes.
1901 – Publicação de A Cidade e as serras.
1905 – Publicação de Cartas da Inglaterrae Ecos de Paris.
1907 – Publicação de Cartas familiares e Bilhetes de Paris.
1909 – Publicação de Notas contemporâneas.
1912 – Publicação de Últimas páginas.
1925 – Publicação de A capital, O conde de Abranhos, Alves & Cia. e Correspondência.
1926 – Publicação de O Egito.
1944 – Publicação de Crônicas de Londres e Cartas de Lisboa.
1945 – Publicação de Cartas de Eça de Queiroz.
1948 – Publicação de Eça de Queiroz entre os seus – Cartas íntimas.
1980 – Publicação de A Tragédia da rua das flores.

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