Homero
Poeta mítico a quem se atribui a Ilíada e a Odisséia, primeiros monumentos da literatura grega. “Homero” significa “o cego" ou “o refém". De acordo com Hérodoto, o mais antigo de seus biógrafos, Homero teria nascido perto de Esmirna no século IX a.C. Quios e seis outras cidades disputam a honra de ter sido sua cidade natal. Ele teria dirigido uma escola de retórica e em seguida viajado por todo o mundo mediterrânico, residindo em Ítaca, Colofónia, Cumes e Quios. Seu falecimento teria ocorrido na ilha de Ios. Já idoso, cego, muito respeitado, Homero recitava as suas epopéias diante de ouvintes vindos de toda a Grécia. Atribuiu-se ao poeta os Hinos homéricos, composições épicas dirigidas aos deuses, e a Batracomiomaquia, paródia burlesca da Ilíada e de outras obras perdidas. Admite-se hoje em dia, que estes poemas são posteriores ao poeta.
Os homeristas de Quios, que diziam descender de Homero, constituíam uma confraria de aedos que compilavam textos do mestre. As epopéias homéricas, muito populares a partir do século VII, foram a bíblia dos gregos pagãos. Hesíodo e outros poetas do século VIII imitaram a sua linguagem e a sua técnica. No século VI, Pisístrato, ou seu filho Hiparco, encarregaram uma comissão de estabelecer o texto dos dois poemas, até então transmitidos oralmente. Os sábios alexandrinos elaboraram uma edição crítica (século II), tentando retirar do texto original as interpolações e dividiram cada uma das duas epopéias em 24 cantos. A escola de Pérgamo restituiu os versos e os episódios interpolados e é esta edição que chegou ao Ocidente graças ao erudito bizantino Chalcocondyle (primeira edição impressa em Florença, em 1488).
Segundo Platão, Homero "educou a Grécia". A sua genialidade, raramente contestada, maravilhou ao mesmo tempo sábios e pessoas comuns. Um poeta da época alexandrina foi denominado Homero de Bizâncio. Virgilio imitou-o e Dante qualificou-o de "Senhor do canto". A literatura e a filologia moderna referem-se freqüentemente a ele. A descoberta por Villoison, em Veneza (1781), de um manuscrito da Ilíada contendo notas de Aristarco e de outros críticos alexandrinos deu um novo impulso aos estudos homéricos. A questão homérica, uma das maiores discussões literárias do fim do século XVII, pôs em dúvida a existência de um único poeta para as duas epopéias ou mesmo para cada uma delas, indo até a idéia de “obras anônimas da criatividade popular". As hipóteses mais freqüentes são: 1) um poeta muito antigo seria autor de um núcleo primitivo que os aedos posteriores amplificaram; e 2) um poeta tardio que teria transcrito e dado forma final a contribuições da literatura popular e anônima. Os progressos arqueológicos, históricos e lingüísticos do fim do século XIX permitiram rejeitar a tese de que a Ilíada e a Odisséia fossem fruto apenas da criação popular do gênio grego, e hoje se vê reforçada a idéia de que Homero partiu de elementos da tradição oral, organizando-os, dando-lhes forma final e complexificando as estratégias narrativas.
Fonte: Petit Robert – Dictionnaire Universel des Noms Propres
Amanda
São Paulo
Homero não foi escritor, ele transmitiu suas epopéias de forma oral. Os jovens gregos decoravam a Ilíada e a Odisséia como forma de educação. Deixou-se assim, como legado, uma longa tradição do recital da poesia oral às gerações futuras. Suas obras só foram escritas para o papel muitos séculos depois.
08/08/2013
Agatha
Mahatma José Lins Duarte
Três Lagoas/MS
Me senti honrado quando li Batracomiomáqui de Homero.Saber que aquilo foi escrito a mais de 3 milênios e estranho e divertido. A linguagem de Homero é simples e inteligentemente engraçada. Ele foi um grande escritor e devemos o mundo literário a ele por ter sido o primeiro escritor conhecido.
02/06/2010 18:21:52