Vida & Obra


Máximo Gorki

Aleksiéi Maksímovitch Pieshkóv consagrou-se com o pseudônimo de Maksim Gorki, isto é, Máximo, o Amargo. Nascido em Níjni-Nóvgorod, hoje Gorki, em 1868. Morreu em 1936.

Exerceu desde cedo inúmeras profissões, e sua juventude ficou marcada pela miséria. Na época, ligou-se a um grupo do movimento populista russo, porém não se mostrou muito inclinado à exaltação do mujique, característica do movimento. Tentou suicidar-se, perfurando um pulmão à bala. Conseguiu restabelecer-se, mas o ferimento contribuiu para a tuberculose de que sofreria o resto da vida. Seguiram-se andanças, anos a fio, pelo Sul do Império, quando conviveu com os vagabundos que descreveria em suas primeiras obras. Em 1890, foi preso em sua cidade natal, como suspeito de atividade revolucionária. Solto, interessou-se pelo movimento marxista, então nascente na Rússia.

Em 1892, publicou na Geórgia o seu primeiro conto. Jornalista, escritor, secretário de um advogado, tais foram as ocupações que teve na época. Em março de 1898, saiu o seu primeiro livro de contos, rejeitado anteriormente por diversos editores, mas que teve êxito fora do comum. Gorki privou então com Tchekhov, Tolstói e outros escritores ilustres.

Preso em 1901 pela terceira vez, foi solto graças à interferência do Tolstói. Sua nova prisão em 1905 determinou um movimento internacional de solidariedade, que forçou o governo a libertá-lo. Fracassada a rebelião operária de dezembro do mesmo ano, deixou o país a fim de reunir no estrangeiro fundos para a Revolução. Estabeleceu-se em Capri em fins de 1906. Organizou ali uma escola para revolucionários, mas esta foi desaprovada por Lênin, pois Gorki tendia na época para uma concepção religiosa do movimento revolucionário.

Depois que os bolcheviques subiram ao poder, dedicou-se particularmente à preservação dos valores culturais, em meio à situação caótica então surgida. Devotou-se também à orientação de atividades literárias. Viajou para o estrangeiro em 1921, a fim de tratar da saúde abalada, estabelecendo-se em Sorrento. Regressou à Rússia em 1928, procurando então incentivar a formação de uma frente única de intelectuais, contra a guerra e o fascismo. Nesta fase, modificou a sua atitude anterior, de franca oposição a métodos violentos, e chegou a considerar a coação necessária, para a eliminação de resquícios do passado na União Soviética.

Dois anos após a sua morte, foi anunciado que esta se dera em conseqüência de tratamento intencionalmente errados, e que teria sido obra de médicos ligados a inimigos do governo stalinista.

Obras principais

Minha infância, Ganhando meu pão, Minhas universidades, Páginas de Diário, reminiscências sobre Tolstói, Tchekhov, Andriéiev, Lênin e outros escritos autobiográficos; os romances Fomá Gordiéiev, A mãe, Vida de um homem inútil, Vida de Matviéi Kojemiákin, O negócio dos Artamonov, Vida de Klim Sánguin; as novelas Sobre o primeiro amor, Konovalov, Malva, O casal Orlóv, Os ex-homens, A cidadezinha de Okurov; as peças teatrais Pequenos burgueses, Os inimigos, Vassa Jeléznova, O velho, Iegor Bulitchóv e outros; contos, ensaios políticos e literários.

Fonte: texto de apresentação sobre o autor escrito por Boris Schnaiderman para Os inimigos

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